Intervenção na Síria iniciaria guerra mundial, diz Medvedev

Em entrevista antecipada nesta quinta-feira (12/02) pelo jornal alemão Handelsblatt, o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, alerta que uma intervenção militar terrestre na Síria poderia resultar em uma guerra mundial.

"Uma operação terrestre leva todos a participarem de uma guerra", disse o premiê na entrevista, que será publicada neste fim de semana. "Todas as partes deveriam se sentar na mesa de negociações, em vez de desencadear uma nova guerra mundial."

Ao ser questionado sobre a recente proposta da Arábia Saudita para enviar tropas à Síria, Medvedev respondeu que os americanos e os parceiros árabes precisam refletir se eles desejam ou não uma guerra permanente.

O primeiro-ministro criticou também a recusa de potências ocidentais em colaborar com a Rússia no conflito sírio e ressaltou que contatos entre os departamentos de defesa são esporádicos.

A Rússia, juntamente com o Irã, é o maior aliado do regime do presidente Bashar al-Assad. No conflito, os Estados Unidos e a Arábia Saudita apoiam grupos rebeldes moderados e defendem a mudança de governo.

Após a intensificação da guerra civil, com a ofensiva do governo sírio em Aleppo contra rebeldes, apoiada por Moscou, diplomatas concordaram nesta quinta-feira com um cessar-fogo na Síria e em ampliar ao acesso de ajuda humanitária no país. O acordo deve entrar em vigor em uma semana.

Crise migratória

O conflito sírio não foi o único tema da entrevista de Medvedev. O primeiro-ministro fez duras críticas à posição da chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e da União Europeia (UE) na crise migratória.

"A política migratória europeia fracassou totalmente. Tudo é muito tenebroso", opinou Medvedev. Segundo ele, foi uma "tolice" deixar todos entrarem no bloco.

O primeiro-ministro afirmou que muitos refugiados vêm para a Alemanha devido aos grandes benefícios financeiros recebidos do governo e também como terroristas.

Medvedev destacou, além disso, que é impossível identificar terroristas na massa de refugiados e afirmou que a Rússia realiza ataques aéreos na Síria para evitar que "assassinos" comentam atentados em Moscou ou em outras cidades.

O premiê criticou ainda a integração de refugiados na Europa, chamando-a de fracasso, e afirmou que na Rússia cristãos e muçulmanos vivem em paz.

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