Comandante critica cortes no orçamento do Exército

Atualizado

Inclusão da resposta do CCOMSEx ao G1 18:00hs 04 AGO 2017

O Editor

Tânia Monteiro

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, usou as redes sociais para criticar o aperto orçamentário que a força terrestre está sofrendo. A crítica foi feita nesta quinta-feira, 3, em seu perfil no Twitter.

Segundo informações obtidas pelo Estado, os recursos hoje disponíveis nos caixas do Exército são suficientes para que se chegue apenas até o mês de setembro.

“Conduzo seguidas reuniões sobre a gestão dos cortes orçamentários impostos ao @exercitooficial. Fazemos nosso dever de casa, mas há limites”, disse o general no microblog, ao falar sobre as dificuldades que a instituição está enfrentando e o grave contingenciamento de recursos que, segundo fontes militares, está praticamente paralisando os programas estratégicos do Exército, como o Sisfron, sistema de vigilância de fronteiras.

A principal queixa dos militares é de que o governo federal impõe seguidas missões ao Exército em todas as áreas, mas a equipe econômica não repassa os recursos necessários para o desempenho dos trabalhos. A última delas foi no Rio, com uma nova ida de tropas para as ruas, para tentar oferecer segurança à população.

 

 

Foi assim desde o início do ano, quando o Exército foi chamado para fazer pelo menos quatro outras missões: varreduras em presídios quando houve guerra de facções nas cadeias no norte do País, no motim do Espírito Santo, quando a tropa federal foi para as ruas na época do carnaval e a Polícia Militar do Rio fez uma espécie de operação-padrão e, no mês de junho, quando foram chamados para ajudar na reconstrução de cidades atingidas por enchentes em Pernambuco. Em todos os casos, os recursos, até hoje, não foram devolvidos à Força.

Rio. Somente neste fim de semana, quando o Exército foi para as ruas no Rio, por ordem do presidente Michel Temer, que tenta reforçar a segurança pública do Estado, usando-a de vitrine para mostrar eficiência administrativa, a força gastou R$ 5 milhões. Por dia, o emprego de cada brigada militar no Estado custa em torno de R$ 1,2 milhão.

 

Resposta do CCOMSEx ao G1

Para matéria G1 Link

Veja a íntegra da nota do Exército:

Atendendo à sua solicitação formulada por meio de mensagem eletrônica, de 04 de agosto, sobre cortes orçamentários, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que:

1. Os prejuízos causados ao trabalho do EB [Exército Brasileiro], impostos pelas limitações orçamentárias, são:

a. Restrições na capacidade de emprego da Forca Terrestre em operações convencionais e no apoio a Órgãos governamentais, operações de GLO [Garantia da Lei e da Ordem], apoio às eleições, apoio em calamidades públicas, obras de cooperação, entre outras em 2017.

b. Quebra de contratos e obrigações assumidas, com consequente pagamento de multas e encargos decorrentes.

c. Redução das ações de vigilância desenvolvidas ao longo de toda a fronteira terrestre e comprometimento do trabalho desenvolvido na vigilância e preservação de nossas fronteiras, além do apoio que é prestado às populações locais, onde o Exército é a única presença do Estado brasileiro.

d. Descontinuidade da prestação de apoio do Exército aos governos em todos os níveis, particularmente em ações de Defesa Civil, como enchentes, inundações, deslizamentos de encostas.

2. Neste ano, o contigenciamento foi de 43% para as despesas discricionárias, contra uma média histórica de 17,5%, o que afeta de forma significativa as atividades.

3. Seguramente, ainda haverá impacto em outras áreas, que estão sendo estudadas pelo EB.

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