Crise energética da China afeta funcionamento de fábricas

Pequenas empresas afetadas pela crise energética prolongada da China estão ligando geradores a diesel ou simplesmente fechando, autoridades do setor carvoeiro expressaram temores a respeito dos estoques antes do inverno e a manufatura encolheu na segunda maior economia do mundo.

Pequim está correndo para disponibilizar mais carvão para prestadoras de serviço para restaurar o suprimento enquanto o nordeste do país sofre seus piores blecautes em anos, particularmente nas três províncias de Liaoning, Heilongjiang e Jilin, que abrigam quase 100 milhões de pessoas.

Gao Lai, que administra uma lavanderia industrial de Shenyang, a capital de Liaoning, disse que está perdendo dinheiro desde que a crise energética o obrigou a alugar um gerador a diesel. "Só podemos pagá-lo durante quatro dias, mas se for por mais tempo, os custos são excessivos, não conseguimos sobreviver", disse ele à Reuters.

As restrições foram provocadas pela escassez de carvão, que alimenta cerca de dois terços da geração de energia da China. Os futuros do carvão termal da China fecharam esta quinta-feira com um aumento de 4,2% na Bolsa de Commodities de Zhengzhou depois de atingirem uma alta histórica de 218 dólares por tonelada.

O contrato disparou 96% no período de julho a setembro por causa dos suprimentos baixos e da procura elevada, seu maior salto trimestral desde o primeiro trimestre de 2017, levando a bolsa a estabelecer limites para as transações. Separadamente, dados oficiais mostraram que a atividade industrial chinesa se contraiu em setembro pela primeira vez desde fevereiro de 2020.

Desde a semana passada, mais de 100 empresas, que vão de fabricantes de componentes eletrônicos a mineradoras de ouro, notificaram os mercados de ações sobre suspensões na produção, mas algumas disseram que a retomaram nos últimos dois dias.

A tensão chega no momento em que a Associação do Setor Carvoeiro da China alertou que "não está otimista" a respeito dos suprimentos antes do inverno, a temporada de maior demanda, e acrescentou que os estoques de usinas de energia agora estão "obviamente baixos".

A entidade pediu às empresas que "não poupem esforços" para aumentar o suprimento e se concentrem nas vendas a consumidores menores de alta energia que não assinaram contratos de suprimento de longo prazo.

Embora a produção de carvão tenha atingido um pico em agosto, analistas do banco de investimento chinês CICC disseram que uma sequência recente de acidentes em minas fez as agências reguladoras ficarem mais cautelosas com a aprovação de expansões da produção.

China definirá regras de governança para algoritmos nos próximos anos

A agência reguladora do ciberespaço da China e outros órgãos do governo estabelecerão regras de governança para algoritmos em cerca de três anos, disse o órgão nesta quarta-feira, enquanto Pequim busca aumentar controle sobre a tecnologia que as empresas usam para atrair usuários.

A Administração do Ciberespaço da China (CAC) disse em comunicado que os algoritmos desenvolvidos por empresas de tecnologia devem manter os valores fundamentais do socialismo e que as empresas devem estabelecer sistemas para segurança e responsabilidade com algoritmos.

A CAC também disse que estabeleceria equipes de avaliação profissional para analisar profundamente o mecanismo do algoritmo e que eles devem se tornar "justos e transparentes".

O órgão vai "promover vigorosamente a pesquisa sobre inovações em algoritmos… e aumentar a competitividade básica dos algoritmos da China", acrescentou a reguladora.

Os algoritmos são amplamente utilizados ??por empresas de tecnologia, incluindo os de recomendação usados pela plataforma de comércio eletrônico da Alibaba, o aplicativo de vídeos curtos Douyin (Tik Tok) e Kuaishou (Kwai), bem como algoritmos de entrega usados pelas plataformas de entrega de alimentos Meituan e Ele.me, esta também da Alibaba.

Algoritmos têm estado na mira de reguladores em todo o mundo. A Casa Branca pediu às empresas de tecnologia que ajustassem seus algoritmos para erradicar informações falsas e destacou o Facebook, enquanto a União Europeia elaborou regras que ameaçam multar as grandes empresas de tecnologia caso elas não façam mais para combater conteúdos ilegais.

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