Posse blindada

 

ARI CUNHA

Para um governo que se autointitula popular, soa estranho, para dizer o mínimo, o fortíssimo e inusitado aparato armado em torno da presidente Dilma para mantê-la blindada e afastada das pessoas que irão à festa de posse na Esplanada dos Ministérios.

Quilômetros de cercas de isolamento foram armadas ao longo de todo o trajeto da cerimônia. Além disso, 4 mil agentes de segurança, divididos entre Exército, Marinha, Aeronáutica e Fuzileiros Navais, Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, agentes do trânsito, e seguranças da própria Presidência, estarão a postos para manter a presidente reeleita sob constante vigilância e cobertura para qualquer eventualidade.

As forças de segurança atuarão em terra e no ar não só nas áreas próximas à solenidade, mas também nas regiões que dão acesso ao cerimonial, onde serão montadas barreiras de controle rígidas. Além disso, durante todo o trajeto, Dilma será escoltada por motociclistas e agentes de segurança montados a cavalo. Com um esquema de proteção desse nível, quem for à solenidade pretendendo ver, ao vivo, a presidente em desfile de carro aberto, corre o risco de ficar, como se diz, “a ver navios”.

O esquema de proteção, beirando à paranoia, tem uma explicação prosaica: o medo das manifestações e dos protestos que estariam sendo armados por núcleos oposicionistas. Para garantir que não haja manifestantes indesejados, o Partido dos Trabalhadores cuidou de reerguer a festa de passagem do ano, já cancelada pelo GDF, por motivos óbvios, providenciando, às pressas, shows com artistas populares. Também foi acertado, não se sabe a que custo, caravanas com centenas de ônibus lotados de militantes, arregimentados para a grande posse.

A intenção dos organizadores da “festa popular” é lotar a Esplanada e, com isso, espancar, digo espantar, qualquer manifestação contrária. Festa popular, nesses tempos bicudos, tem que ser assim mesmo, com gente paga e cassetetes por todo lado. Quem for insano de se dizer contra que entre num bailão deste.

Nota DefesaNet

O texto acima descreve com antecedência o que realmente ocorreu na cerimônia de posse.

O requinte de alergia a qualquer manifestação levou a que os batedores ligassem as sirenes para abafar qualquer ruído indesejável. Usualmente quando trabalham em ambiente já delimitado, são ligadas somente as luzes de alerta.

A Presidência da República usa cada vez mais o Aparato Militar para missões estranhas.

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