Chineses criam Banco Asiático de Desenvolvimento

Lee Wong


Ao que tudo indica a China assume papel cada vez mais ativo na economia mundial para a promoção de seus interesses. A última notícia de maior impacto foi a de que o país avança com ritmos rápidos à fundação de seu próprio Banco Mundial, com capitais de US$ 100 bilhões, cuja posição será de antagonista ao Banco Mundial (Bird).

A China tem interesse em competir diretamente com o Banco Asiático de Desenvolvimento Econômico, cujos capitais somam US$ 165 bilhões. O banco tem sede em Manila, Filipinas, e desde sua fundação, em 1966, tem presidente japonês. Seus maiores acionistas são o Japão e os Estados Unidos.

O novo banco da China, cuja denominação oficial será Banco Asiático de Investimentos e Infra-estruturas, recebeu até agora comunicados de 22 países da região manifestando oficialmente sua pretensão de participarem da constituição. Também certos países da região do Grande Oriente Médio manifestaram idêntica pretensão.

Cada vez é mais ativo o papel da China

Hong Kong – Ao que tudo indica a China assume papel cada vez mais ativo na economia mundial para a promoção de seus interesses. A última notícia de maior impacto foi a de que o país avança com ritmos rápidos à fundação de seu próprio Banco Mundial, com capitais de US$ 100 bilhões, cuja posição será de antagonista ao Banco Mundial (Bird).

A China tem interesse em competir diretamente com o Banco Asiático de Desenvolvimento Econômico, cujos capitais somam US$ 165 bilhões. O banco tem sede em Manila, Filipinas, e desde sua fundação, em 1966, tem presidente japonês. Seus maiores acionistas são o Japão e os Estados Unidos.

O novo banco da China, cuja denominação oficial será Banco Asiático de Investimentos e Infra-estruturas, recebeu até agora comunicados de 22 países da região manifestando oficialmente sua pretensão de participarem da constituição. Também certos países da região do Grande Oriente Médio manifestaram idêntica pretensão.

Em dezembro de 2013, de acordo com dados da Empresa Mundial de Telecomunicações Interbancárias e Financeiras, a moeda oficial da China – o iuan – assumiu o segundo lugar nas transações econômicas internacionais, superando o euro, da União Européia (UE).

Sabe-se também que a Alemanha foi um dos primeiros países, junto com Hong Kong, Cingapura e Austrália e, obviamente, a própria China, a utilizarem o iuam em suas transações comerciais. Simultaneamente, foi formalizado acordo entre China e Reino Unido para realização de imediatas trocas do iuan com a libra esterlina.

Ainda, em outubro de 2013, o Banco Central Europeu (BCE) formalizou acordo com o Banco do Povo da China (Banco Central) para troca mútua de sua moedas, no total de até 350 bilhões de iuan, tendo como objetivo o desenvolvimento das transações comerciais dos países-integrantes da Zona do Euro com a China.

Em dois anos

É óbvio que o dólar norte-americano continua ocupando o primeiro lugar, que representa 81,08% das transações comerciais internacionais, seguido pelo iuan, com 8,66%, e o euro, com 6,64%. Há dois anos, antes de janeiro de 2012, apenas 1,89% das transações comerciais internacionais utilizavam o iuan, contra 7,87% do euro.

Os exportadores internacionais utilizam cada vez mais o iuan como sua moeda preferida, com objetivo de favorecerem a entrada de seus produtos e serviços na China, enquanto, paralelamente, este país está incentivando sua moeda para assumir um papel predominante no comércio mundial e nos investimentos. Aliás, a China exporta recursos para investimentos em outros países, da África e da América Latina.

Apenas recentemente, em junho deste ano, foram iniciadas, oficialmente, as transações comerciais entre China e Rússia com suas próprias moedas nacionais, fato que incentivará o crescimento da colaboração econômica entre os dois países. Essencialmente, trata-se de planos para desviarem-se do dólar em suas transações internacionais, durante um período de maior uso do iuan como moeda internacional.

“Caminho de seda”

Tudo isso revela que a China, tendo já assumido o segundo lugar sob o ponto de vista de potência econômica mundial, após os EUA, busca, por um lado, que o iuan assuma a posição de “moeda internacional” e, por outro, desempenhar papel prioritário com sua própria “ferramenta financeira”. E para obtenção desde objetivo mostra-se bastante agressiva.

O noticiário oficial sobre a constituição de Banco Mundial próprio foi acompanhado, também, pelo seguinte esclarecimento: inicialmente, o Banco Mundial da China ficará concentrado na construção e na revivescência do histórico “Caminho de seda”, o qual, durante longos períodos históricos, interligava a China e o Extremo Oriente com a Europa.

Obviamente, o novo itinerário cumprirá todos os preceitos rodoviários modernos, enquanto o primeiro passo será a imediata interligação ferroviária do trecho entre Beijing (China) e Bagdá (Iraque). Obviamente, a maior parcela de recursos para esta gigantesca obra será proveniente da China.

Veículos de divulgação ocidentais justificam assim a decisão da China de fundar seu próprio banco de desenvolvimento: “A capacidade decisória da China em assumir a iniciativa para a constituição de um “terror adversário” ao Banco Mundial (Bird) resultou do fato de estar reivindicando durante uma série de anos um papel mais forte no processo de tomada de decisões em órgãos mundiais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (Bird) e o Banco Asiático de Desenvolvimento, sem ter sido atendida.”

Outras fontes internacionais destacam que “a China percebe que não dispõe de margens para conseguir nada de importante do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

Terror ao Bird

Consequentemente, era evolução natural constituir seu próprio banco e controlá-lo. Além disso, há uma série de países asiáticos que, há tempos, manifestam interesse para que a região da Ásia possua seu próprio banco de desenvolvimento.

Anotem que a divulgação dos planos da China para constituir o Banco Asiático de Investimentos e Infra-estruturas, o qual funcionará competindo com o Bird coincide com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que prevê que “neste ano, os investimentos chineses superarão todos os demais direcionados ao mesmo objetivo, e isto acontecerá porque cada vez mais maior número de empresas chinesas passam a operar fora das fronteiras do pais. Em resumo, a China deseja e pode ter seu próprio Banco Mundial” para serem excluídos os correspondentes bancos dos EUA e do Japão.

Competição maior com EUA e também com o Japão

Todos os movimentos chineses são indícios básicos sobre as recomposições que ocorrerão na formulação da sequência das fortes economia capitalistas. A China já assumiu o segundo lugar, internacionalmente, com os Estados Unidos permanecendo em primeiro. Porém, avaliações sobre a evolução das duas economias mostram que a da China está crescendo continuamente, em comparação com os EUA.

Havia avaliações anteriores, formuladas por estados-maiores econômicos e think tanks norte-americanos, segundo as quais, até 2050, a China será a primeira economia mundial, mas outras avaliações independentes anteciparam esta classificação em 20 anos, em 2030.

Destaca-se, igualmente, que o Banco Asiático de Investimentos e Infra-estruturas, o Banco Mundial da China, estará envolvido, inicialmente, com a gigantesca obra de investimentos do “Caminho de seda”, o que significa tendência de predomínio econômico no continente asiático, mas também desenvolvimento das relações econômicas da China com a Europa, assim como com a África e a América Latina.

A propósito é revelador um relatório da ONU indicando que “está sendo trocada a analogia entre exportações de produtos, serviços e capitais, incrementado a exportação de capitais, considerando que, cada vez mais, maior número de empresas chinesas passam a operar fora das fronteiras da China.

Rearmamento

Aliás, os próprios estados-maiores econômicos e trink tanks dos EUA, por ocasião da fundação do banco chinês, distribuem relatórios e informes nos quais salientam sua iminente e agressiva competição contra os outros dois bancos internacionais. E até parece que recrudesce a queda-de-braço entre a China, EUA, Alemanha e Japão.

A China mostra que em sua alça de mira está situado um papel ainda maior nas evoluções internacionais, enquanto, simultaneamente, incrementa seu rearmamento nas três forças, exército, marinha e força aérea. A propósito está em plena evolução a agressividade do Japão, assim como dos EUA, e a região tornou-se campo de antagonismo entre os dois.

A valorização da ação do iuan como moeda internacional não atinge somente o dólar, mas também o iene e, principalmente, o euro. Simultaneamente, tanto a China quanto a Alemanha parecem disputar entre si a competição com os EUA, enquanto o Japão decidiu abandonar a doutrina antibelicista e determinar que seu exército pacifista passe doravante a agir militarmente fora das fronteiras do Japão, consequentemente, em guerras imperialistas.

(Anotem que o exército do Japão já havia vestido a “pele” de mercenário anteriormente, participando de operações de guerra na “Exportação de Democracia” que o então presidente George Bush Jr. realizou no Afeganistão. Mas o Japão manteve sua participação em segredo).

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