BR-RU – A visita de Patrushev. Ampla agenda em Brasília

Especial para DefesaNet
 

A visita do secretário do Conselho de Segurança da Federação Russa, Nikolai Patrushev, a Brasília, 04DEZ2017, é mais um lance da diplomacia de resultados do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (Governo Temer – Conquistas Diplomáticas Link). Ofuscada pela vinda do presidente da Bolívia, Evo Morales, a comitiva russa manteve encontros com o presidente Michel Temer; com o secretário do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, e com os ministros da Justiça, Torquato Lorena Jardim, e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.

A pauta foi extremamente extensa e abrangeu temas extremamente diversos que vão da segurança dos Jogos Olímpicos de Inverno, que serão realizados na cidade sulcoreana de PyeongChang em fevereiro de 2018 ( Coreia do Sul – PyeongChang 2018 JO de Inverno chance para o Itamaraty? Link), à criação de mecanismos bilaterais de proteção de informações na área de reatores nucleares de uso civil e espacial.

Patrushev, um dos homens de maior confiança do presidente russo, Vladimir Putin, também tinha interesse na experiência brasileira de segurança de grandes eventos, principalmente durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Durante os diversos encontros que manteve em sua passagem em Brasília, o grupo também trocou informações com a parte brasileira sobre questões ligadas ao terrorismo internacional e sobre o combate ao crime transnacional de fronteiras.


 

Reunião ampliada entre as delegações do Brasil e Rússia

Em relação a temas mais tangíveis, a comitiva revelou que seu país pretende se candidatar à terminar as obras da Usina Nuclear de Angra 3, um investimento de US$ 7 bilhões, e participar da construção de outros reatores em território nacional. Nesta área, poderia ainda colaborar com o desenvolvimento do LABGENE, a planta atômica brasileira que se encontra em processo de montagem em Aramar, no estado de São Paulo.

Desde a fundação da ROSATOM, a estatal russa que concentra a produção de reatores, em 2007, foram contratados 28 reatores em cinco países. Além da própria Rússia, Belarus, China, Índia e Irã serão beneficiados pela produção de energia a partir de reatores russos ou construídos em conjunto a partir de transferência de tecnologia, um mercado de US$ 740 bilhões. A empresa ainda mantém acordos operacionais com a África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Nigéria e Turquia.

Na área espacial, a Rússia já entregou tecnologia de motores de combustível líquido para o Veículo Lançador de Satélite (VLS) brasileiro, que se encontra em compasso de espera por questões orçamentárias, e tem interesse de participar do Centro de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão, substituindo a fracassada parceria com a Ucrânia encerrada em 2014. Ao contrário da oferta em estudo com os Estados Unidos, a ROSCOSMOS, estatal que controla a área de foguetes e satélites russa, aceita repassar tecnologia para o Brasil.

Após a visita à Brasília, Patrushev viajou à Buenos Aires onde teve reunião com o presidente Mauricio Macri.

Na política de aproximação com Brasília, a Rússia pensa fazer uma proposta governo-governo para viaturas 4×4 Tigr (Rússia – Pode Apresentar ao EB proposta para GAZ Tigr 2330 Link)

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