Presidente da África do Sul confirma cúpula do BRICS presencial, apesar de mandado de prisão contra Putin

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, confirmou neste domingo (9) que a cúpula dos países do BRICS, em agosto, será “presencial”, apesar do mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o presidente russo, Vladimir Putin, que faz parte do grupo.

(RFI) A cúpula do BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, “segue adiante e estamos finalizando as discussões sobre o formato”, disse Ramaphosa a repórteres. ”Teremos uma cúpula presencial, todos nós estamos empenhados em ter uma cúpula onde possamos olhar uns nos outros”, acrescentou.

Ele não especificou se Putin, contra quem um mandado de prisão foi emitido pelo Tribunal Penal Internacional, comparecerá ou não. “Não realizamos uma cúpula presencial há… pelo menos três anos. Não será virtual”, se contentou em declarar o líder sul-africano.

Como membro do Tribunal Penal Internacional, teoricamente a África do Sul deve deter o presidente russo caso ele entre em seu território. Mas rumores se espalharam na mídia local de que o governo sul-africano estava considerando transferir a cúpula para a China para evitar ser colocado na posição de ter que prender Putin.

África do Sul nunca condenou invasão da Ucrânia

O país se recusou a condenar a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, dizendo que queria permanecer neutro e preferia o diálogo para acabar com a guerra. Tradicional potência diplomática continental, a África do Sul defende adotar essa postura para poder “desempenhar um papel na resolução de conflitos”, disse Cyril Ramaphosa, que afirma ter se encontrado várias vezes com Putin.

A África do Sul sediou exercícios navais com a Rússia e a China em sua costa em fevereiro, despertando a “preocupação” das grandes potências ocidentais sobre essa aproximação entre Moscou e Pretória.

A África do Sul mantém laços estreitos com a Rússia desde a época do apartheid, quando o Kremlin apoiou Nelson Mandela e seu partido na luta contra o regime racista.

(Com informações da AFP)

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