Brasil e Estados Unidos discutem parcerias na indústria de defesa

Adriana Fortes

Fotos: Tereza Sobreira / MD

Cerca de 100 representantes técnicos do governo e de empresas brasileiras e norte-americanas se reuniram durante todo dia desta terça-feira (26), na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro, para uma reunião preparatória do 3º Diálogo da Indústria de Defesa Brasil-Estados Unidos (DID), coordenado pelo Ministério da Defesa (MD) para discutir as prioridades a longo prazo e a cooperação entre os dois países no setor.

Respondendo atualmente pela Secretaria de Produtos de Defesa, o diretor do Departamento de Promoção Comercial do MD, almirante Campos, explica que o encontro foi uma oportunidade para que os países pudessem consolidar parcerias estratégicas e afirma que esta prévia do próximo diálogo alcançou o resultado esperado e se mostrou confiante. “Que tenhamos um DID com muitas entregas, consolidando este trabalho”.

Ele explicou ainda que para a condução das atividades do encontro foram criados quatro grupos de trabalho distintos, mas que se complementam. A equipe que discutiu a esfera política tratou dos obstáculos à regras regulatórias e industriais para o avanço das oportunidades comerciais. Os técnicos referentes à cooperação binacional trocaram informações sobre programas governamentais, levantando as necessidades e objetivos dos dois países.

Neste último grupo também foram iniciadas discussões sobre cronogramas e domínio de tecnologia. “Estamos em um processo de intensificar a atuação internacional e, para isso, a nossa vitrine é aquilo que desenvolvemos aqui no nosso País. É essencial que o Ministério da Defesa seja o grande promotor destas ações”, destaca Giacomo Staniscia, diretor de Negócios da Atech, sobre o apoio do MD.

Para a diretora adjunta para América Latina e Caribe do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, Maria Cameron, um encontro é bem-sucedido quando o tempo acaba, mas ainda há assunto a ser debatido, como foi neste caso. "Nós somos os dois maiores países do hemisfério, precisamos continuar a trabalhar juntos e construir novas parcerias. Essa interação interpessoal é muito importante para viabilizar essas colaborações”.

A equipe de parcerias comerciais discutiu oportunidades de negócios entre empresas, compartilhou referências sobre as indústrias e suas capacidades a fim de identificar lacunas e áreas para futuras colaborações. Carlos Resende, diretor de Desenvolvimento de Negócios da L3 Tecnologia, conta que é no momento da troca de cartões que começa a discussão sobre projetos e, a partir daí, acontecem as visitas e a identificação das necessidades e as possibilidades de colaboração. ”Você passa de uma posição de fornecedor, para parceiro em um projeto”.

Já o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), foi tema do grupo de trabalho "espaço" que se propõe a aproveitar os conhecimentos da indústria para defender os benefícios de acelerar a cooperação entre os dois países no setor. Ao fim da tarde, os grupos de trabalho se reuniram em uma plenária para apresentar um plano de ação e os próximos passos. O 3º Diálogo da Indústria de Defesa Brasil-Estados Unidos deverá ocorrer no Brasil, em 2019, em um local ainda não definido.

O Diálogo das Indústrias de Defesa Brasil e Estados Unidos – DID

O primeiro Diálogo das Indústrias de Defesa Brasil e Estados Unidos foi realizado em setembro de 2016, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Na oportunidade, os dois países assinaram uma carta de intenção para expandir a parceria bilateral e abrir as portas para potenciais novos negócios entre os setores de defesa.

Em outubro de 2017, em Washington, nos Estados Unidos, durante a segunda edição do DID, brasileiros e americanos se encontram mais uma vez para consolidar as parcerias já existentes e definir os alicerces do programa de cooperação binacional de longo prazo.

 

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