BRICS – Não admiram o Brasil


Nicholle Murmel
Dados do Pew Research Center

 
 
A Copa do Mundo de 2014 é a segunda a acontecer no Brasil, e as percepções de outros países acerca da casa do Mundial são as mais diversas. O Pew Research Center, baseado em Washington, realizou uma pesquisa em 37 países, e em 24 deles as opiniões sobre o Brasil foram favoráveis, especialmente em nações da Ásia e da América Latina. Em alguns dos locais pesquisados boa parte dos entrevistados não deram opinião, e a popularidade se mostrou baixa em algumas grandes nações do oriente Médio. Porém, o levantamento apontou que o Brasil é especialmente atraente para as populações jovens ao redor do mundo.
 
Ao todo foram coletadas respostas de 41.408 pessoas entre 17 de março e 23 de maio deste ano. Em média 54% dos entrevistados nas 37 localidades têm uma visão positiva do Brasil. Enquanto 76% dos brasileiros acreditam que seu país deveria ser mais respeitado no cenário internacional.
 
A percepção mais positiva do nosso páis vem do Chile, onde 74% dos estrevistados mostraram opinião favorável. Cerca de dois terços dos participantes da pesquisa no Peru e na Venezuela também têm uma percepção positiva. Ao longo da América Latina, Nicarágua (59%), Colômbia (56%) e Argentina (56%) também têm impressões boas do Brasil. Porém, em 2013 o índice de argentinos favoráveis a nós era de cerca de 75%.
 
Em El Salvador (44%) e no México (41%), menos da metade dos entrevistados são favoráveis ao Brasil, e muitos dos entrevistados não manifestaram opinião. No México, as impressões positivas caíram 17 pontos percentuais desde 2002, quando 58% dos mexicanos viam com bons olhos o gigante sul-americano. Nos Estados Unidos, cerca de metade (51%) das pessoas pesquisadas vêem o Brasil positivamente, enquanto 26% têm uma percepção negativa, e os 24% restantes não opinaram.
 
Na França e na Polônia, em torno de seis em cada dez entrevistados se mostraram favoráveis ao Brasil – 66% e 62%, respectivamente. Já em outras nações da União Europeia as percepções positivas foram mais ou menos metade – 51% no Reino Unido, 49% na Alemanha e 47% na Espanha.


 
Ja no Oriente Médio as impressões acerca do Brasil são diversas. Mais da metade dos entrevistados de Israel (59%) se mostrou favorável ao nosso país, assim como no Líbano (54%). Mas no Egito, Jordânia e Turquia a grande maioria expressou opiniões negativas.
 
Em grande parte das nações da Ásia o público vê o Brasil sob uma luz positiva. Essa percepão é majoritária na Coreia do Sul (63%), no Japão (61%), Vietnã (59%), nas Filipinas (57%) e em Bangladesh (55%). As opiniões tabém pendem a nosso favor na Indonésia e na Malásia. Na China, principal parceiro comercial do Brasil, as opiniões são divididas – 41% positivas e 43% negativas. Na Índia e no Paquistão a maioria dos entrevistados não opinou.
 
Para as nações africanas nosso país se tornou cada vez mais um parceiro de comércio, o que contribui para impressões positivas do Brasil no continente. Apesar da abstenção de muitos dos entrevistados, os países pesquisados onde somos melhor vistos são a Tanzânia, 61% favorável, e Senegal, com 59% de impressões positivas.

 
Somos populares entre os jovens
 
Em 22 dos 37 países que a pesquisa abrange, as populações jovens – entre 18 e 29 anos – tenderam a expressar opiniões mais favoráveis ao Brasil do que entrevistados com 50 anos ou mais. A diferença de impressões de acordo com a idade é particularmente forte no Reino Unido, com uma diferença de 33 pontos percentuais, assim como no Vetnã. Na Tunísia a oscilação foi de 23 pontos percentuais, 22 pontos no México, 21 na Coreia do Sul e no Senegal, e 20 pontos na Alemanha. No geral, a maioria da população jovem em 23 dos 37 países pesquisados mostrou impressões positivas do Brasil.
 

Quem queremos, não nos quer

Os resultados dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que estarão reunidos em Fortaleza, dias 14 e 15 Julho, são o foco da política externa brasileira nos últimos anos .

Na Ásia o percentual dos dois membros dos BRICS são menores dos países da região. A população da Rússia dá os maiores sinais de aprovação ao Brasil. Não há dados disponíveis para a África do Sul.
 

Páis % Favoravel
Brasil
Rússia 63
Índia 24
China 43
África do Sul

 

O caso do Oriente Médio
 
Se há uma região do mundo em que as administrações Luiz Ignácio  / Dilma Rousseff apostaram foi o Oriente Médio. Aqui a percepção de apoio ao Brasil é uma das menores e são alarmantes.

Os acordo trabalhados em conjunto com a Turquia, Primeiro-Ministro Recip Erdogan, para resolver a questão do enriquecimento do urânio do Irã não ajudou, ou talvez precipitou o Brasil ter o menor índice de apoio em todos os países pesquisados (20%).

Mesmo nos Territórios Palestinos onde o Itamaraty procura influenciar o resultado é regular (45%). Na região, a maior admiração, está em um país que a administração do Itamaraty e do Palácio do Planalto, em muitos momentos, trata com hostilidade. Em Israel o Brasil tem 59% de apoio.

Dos países líderes mundiais a Alemanha é o país que tem o menor percentual de apoio ao Brasil (49 %).

Os líderes

Os maiores índices de apoio são interessantes. Geralmente em países industrializados e líderes econômicos são aqueles, que as administrações do Itamaraty e do Planalto têm em muitos momentos hostilizado.

Dos países industrializados a Alemanha é que tem o menor índice de apoio com (49%).

País Industrializados Índice
França 66
Coréia do Sul 63
Japão 61
USA 51
UK 51
Itália 50

 

 

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