SIMDE – Discurso na Cerimônia Homenagem ao Gen Ex Braga Netto

Discurso em homenagem ao General Walter Souza Braga Netto, chefe do Estado-Maior do Exército, que recebeu o 2º Prêmio General Joaquim de Sousa Mursa, concedido pelo Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (SIMDE), com o apoio da FIRJAN

O General Walter Souza Braga Netto, foi homenageado como “Personalidade do Ano de 2018 na Área da Segurança Pública”, por seu desempenho como Interventor Federal na Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, posto que ocupou entre março e dezembro de 2018. A cerimônia foi realizada na Casa FIRJAN, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Presidente do SIMDE, Carlos Erane de Aguiar, discursa no evento. Foto @CmdoCML

 

Íntegra do Discurso do Presidente do SIMDE, Carlos Erane de Aguiar.

Boa noite a todos e a todas.

Antes de mais nada, gostaria de agradecer a presença de alguns ilustres convidados, a começar pelo anfitrião, presidente desta Casa, a Casa da Indústria do Rio de Janeiro, meu amigo Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.

Agradecer ainda a presença do governador Wilson Witzel, que muito nos honra com a sua presença.

 Agradecer, sobretudo, ao Chefe do Estado-Maior do Exército, General Braga Netto, em torno de quem estamos nos reunindo esta noite.

 Em nome deles, estendo o meu agradecimento a todas as demais autoridades, empresários e empresárias presentes, a quem me permito a partir de agora dispensar os pronomes de tratamento, tão impessoais, para simplesmente chamá-los respeitosamente de amigos.

Afinal, hoje é um dia de festa!

Nesta noite, conforme mencionado pela dupla de mestres de cerimônias, um civil e outro militar, o Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança, com o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, reconhece uma personalidade por seus meritórios e extraordinários feitos.

O objetivo do SIMDE ao criar esse prêmio em homenagem ao General Joaquim de Sousa Mursa, foi valorizar a memória deste grande brasileiro num país que, infelizmente, não tem o hábito de demonstrar orgulho pela sua própria história. 

O filósofo francês Ernest Renan foi quem escreveu que "uma nação é uma alma, um princípio espiritual."

E para que um país se torne uma nação, ele precisa ver “glória no passado”.  Pois é daí que vem a sensação de “fazer parte” de um povo.

A certeza de que se construiu alguma coisa grandiosa junto

.

Mas em nosso País, infelizmente, temos o péssimo hábito de fazer o contrário disso.

Desmerecemos até as grandes personalidades da nossa história, como Dom João VI (Sexto), para citar apenas um deles.

E a história, meus amigos, não são apenas os fatos, mas, sobretudo, como nós narramos esses fatos. 

E já que estamos na Casa da Indústria, gostaria de falar também da importância da Indústria de Defesa Brasileira, da qual o General Mursa indiretamente fez parte. 

Pois foi da Fundição Ipanema, que ele dirigiu por tantos anos, de onde saiu o ferro que forjou canhões e armas para a guerra do Paraguai.

Formava-se ali, talvez, a primeira Parceria Público Privada do Brasil.

Ali, não apenas a Coroa Portuguesa colocou dinheiro no esforço de guerra. Os empresários também contribuíram, sobretudo os do Rio de Janeiro e os de São Paulo.

Acredito que o fato do Brasil nunca mais ter sido protagonista de um conflito mundial, depois da Guerra do Paraguai, contribuiu para a falta de consciência da sociedade brasileira sobre a importância da indústria de defesa e segurança, que faz parte de um setor estratégico, garantidor da soberania nacional.

E é bom lembrar que as tecnologias desenvolvidas por esse setor são duais, ou seja, servem a objetivos militares e civis.

Basta lembrar da invenção da internet, que surgiu inicialmente por uma necessidade de comunicação militar e passou a fazer parte indissociável da vida moderna. 

Hoje, embora a mídia nem se dê conta disso, a Base Industrial de Defesa e Segurança brasileira está sob ataque.

Empresas estrangeiras que não têm interesse de se instalar aqui estão interessadas em dominar nosso mercado.

Engana-se quem pensa que somos contra os estrangeiros. Pelo contrário. Há varias empresas, inclusive associadas ao SIMDE, que montaram plantas industriais no Brasil, que estão gerando empregos e pagando impostos.

O que nós somos contra são aquelas empresas que querem concorrer com o produto brasileiro sem pagar o custo Brasil, sem dar nenhuma contrapartida ao estado brasileiro e, sobretudo, aos brasileiros.

É essa concorrência desleal o que nos inquieta.

Que coloca em risco toda uma cadeia produtiva do setor.

Que coloca em risco o País.

Entretanto, meus amigos, hoje é um dia de festa. Vamos falar de coisas boas!  

Nosso homenageado de hoje é o General de Exército Walter Braga Netto, atual Chefe do Estado-Maior do Exército e que deixou uma ótima lembrança do tempo em que atuou como interventor na segurança do Rio, entre fevereiro e novembro de 2018.

A intervenção conduzida pelo General Braga Netto mostrou que, com inteligência e integração dos dois mundos – o civil e o militar – podemos derrotar o crime organizado.

Lembro como se fosse hoje o dia 16 de fevereiro de 2018, quando foi decretada a Intervenção Federal na Segurança Pública do Rio pelo então Presidente da República.

Dias antes, havíamos assistido a um governador, abatido e derrotado, admitir a sua própria inépcia ao declarar que o Governo não tinha mais condições de proteger seus cidadãos. 

O furto e o roubo de cargas haviam chegado a níveis paralisantes da economia.

Inaceitáveis casos de invasão e extorsão de empresas da Baixada Fluminense eram reportados pela imprensa. 

Foram muitas as empresas fechadas. E, junto com elas, os empregos também se foram.

Lembro as primeiras entrevistas com os Generais Braga Netto, Richard e Sinott.

 A pressão insuportável no ar, a marcação serrada da mídia.

E lá estavam eles, os três generais em posição altiva, determinada.  Inabaláveis.

A impecável conduta treinada por décadas na disciplina militar.

Naquelas primeiras entrevistas, iniciava-se não apenas um choque de ordem, mas também um choque de liderança.    Um choque de esperança.

Os resultados não tardaram.

Nos dez meses que durou a Intervenção Militar na Segurança do Estado, houve uma redução de 23% nas ocorrências de roubo e furto de cargas.

Os latrocínios registraram redução de 34%. Houve queda ainda nos roubos de rua e nos roubos de veículos.

Mas a intervenção não pode ser medida apenas em números e na quantidade de material adquirido para melhor equipar a polícia.

Há um legado intangível.

A valorização dos policiais, a melhoria das condições de trabalho, a demonstração de que é possível fazer um trabalho integrado.

A nossa polícia, felizmente, tem conseguido dar continuidade a esse trabalho, e os índices de criminalidade se mantêm em queda, apesar de ainda estarmos longe do mundo ideal. 

 

Pois sabemos que é impossível reconstruir em pouco tempo o que levaram décadas para destruir.

O caminho é longo, mas, sem dúvida, estamos na direção certa.

Temos uma bússola: prioridade total para a área de Segurança Pública.

O SIMDE sempre advogou a tese de que sem segurança pública os direitos mais básicos da população estão comprometidos, como a liberdade de ir e vir, de empreender e de gerar riquezas.

A Segurança Pública é item número um a ser provido pelo Estado.

Na verdade, trata-se da razão de ser da criação do Estado.

Há um pacto feito entre o cidadão e os governantes.

Os cidadãos aceitam pagar seus impostos e a se submeterem às suas regras desde que, em troca, o Estado lhes garanta proteção, estabilidade e segurança. 

General Braga Netto, o senhor e sua equipe, bons militares que são, honraram esse pacto e cumpriram a sua missão com louvor.

E é por isso que estamos aqui nesta noite.

Para agradecer o seu empenho e dizer que o Brasil tem sorte em ter homens como o senhor. 

Como diz o nosso hino nacional, queremos ter “paz no futuro”.   Mas, para isso, precisamos reconhecer “as glórias do passado”.

Esse prêmio é uma forma de demonstrar nosso apreço e nosso reconhecimento pelo senhor.  

Muito obrigado!

 

Gen Ex Braga Netto fala em agradecimento @CmdoCLM

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