Feira de defesa em Abu Dhabi é estratégica para brasileiros

Bruna Garcia Fonseca

bruna.garcia@anba.com.br

Abu Dhabi – Mac Jee, Taurus, CBC Defense, Condor e Embraer. Essas são as cinco empresas brasileiras do setor de defesa que estão expondo na IDEX 2019, Conferência Internacional de Defesa de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, uma das mais importantes do setor no mundo. Segundo os representantes das empresas, o evento bienal que está em sua 25ª edição é estratégico para consolidar negócios na região do Oriente Médio, África e Ásia.

O diretor presidente da Domus, Fabio Ayub Ferreira, também participou do pavilhão brasileiro organizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), mas sem estande próprio.

A Domus criou um modelo de casas portáteis voltadas a pessoas em situação de refúgio e desabrigo. A empresa fundada em 2013 quer exportar para o mercado internacional. “Houve interesse por parte da Jordânia, Egito e Emirados Árabes, este último disse ter a intenção de comprar mil casas para doar para regiões de refugiados no Oriente Médio”, informou.

A casa dobrável tem um alto custo, cerca de R$ 25 mil reais, mas segundo Ferreira, seu diferencial é a dignidade que ela traz às pessoas quando elas mais precisam de abrigo e um lugar seguro. “Nossos maiores concorrentes são tendas, contêineres e casas montáveis da Ikea (Suécia), mas elas não têm infraestrutura, não têm piso, água corrente”, explicou.

As casa da Domus são completas, com cozinha, quarto, sala e banheiro, e abrigam até seis pessoas cada uma. O consultor da Abimde, Thomaz Ceneviva, disse que esta é a quinta participação do Brasil na Idex, e que a região tem outras feiras menores do setor, na Jordânia e na Turquia, mas que o País está optando por participar apenas do evento em Abu Dhabi.

“A Idex é a feira que traz o maior volume de negócios para as empresas brasileiras”, contou. Este ano, o pavilhão brasileiro tem 74 metros quadrados. O gerente regional de vendas para a Europa Ocidental e a África Subsaariana da Condor, José Kalil, disse que a empresa brasileira de tecnologias não-letais – como gás lacrimogênio e spray de pimenta – já exporta para mais de 50 países, e para quase todos os árabes, principalmente os do Norte da África.

“Esta é a terceira edição que participamos, e como a feira é bienal, acaba sendo o evento mais importante do ano, revezando com a Eurosatory, de Paris”, informou Kalil. Para a Taurus, empresa de armas letais, a Idex também é estratégica, já que 70% do total produzido pela fábrica brasileira é vendido internacionalmente.

“Os Estados Unidos são nosso maior mercado externo, com cerca de 60% do total exportado, mas também trabalhamos muito com vendas para os setores de defesa militar e policial de países árabes como Omã, Marrocos, Argélia, Tunísia, Bahrein e Emirados Árabes”, disse Emerson Luiz de Souza, executivo de vendas internacional da companhia.

Segundo ele, as vendas ao mercado civil dos árabes são ínfimas, já que na maioria dos países não permite o porte de arma.

 

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