Julio Ottoboni
Especial para DefesaNet
A direção geral da Collins Aerospace tem boas expectativas quanto ao novo governo brasileiro, pela longa trajetória das recém unidas empresas Rockwell Collins e UTC Aerospace Systems junto aos programas aeronáuticos e militares no país. A reaproximação do Brasil com os Estados Unidos deve reforçar essas possibilidades, como uma potencialização do intercâmbio na área industrial.
Alan Prowse vice-presidente da Collins Aerospace para o Canadá e América Latina
Essa confiança vem do vice-presidente da Collins Aerospace para o Canadá e América Latina, Alan Prowse. A atuação no país continua como a estrutura da Rockwell e a UTC servirão para novas prioridades, sempre com o foco nos clientes e na garantia do cumprimento dos compromissos. O mercado basicamente se manterá em 75% das operações em aviação comercial e aeroespacial e 25% na área de defesa.
“Especificamente para o Brasil nos vamos continuar apoiando os mercados aeroespacial e de defesa, provavelmente estaremos aprendendo sobre os negócios de ambas as empresas para se entender qual serão esses negócios”, explicou o executivo.
A UTC e a Rockwell tem relações históricas com a Embraer, desde as primeiras unidades do aviões Bandeirante até o momento. Essa tradição deverá continuar mesmo a aquisição da Embraer pela Boeing e a criação da joint venture. A Collins Aerospace terá uma grande vantagem nestes grandes processos envolvendo as gigantes do setor aeronáutico. Tanto a Boeing, Embraer, como a Bombardier e Airbus serão atendidas pela nova empresa, criada no último dia 27 de novembro.
Prowse destacou que a empresa estará organizada em seis unidades de negócios estratégicos, e o Brasil está inserido neste processo. São eles os setores de aviônica, aeroestruturas, sistemas mecânicos, powers controls, interiores de aeronaves e sistema de missão.
“O Brasil será como uma janela onde as seis unidades farão negócios”, afirmou. O suporte será além das fronteiras nacionais e América Latina. E a atual estrutura já está preparada para suportar as novas demandas, pois se investiu mesmo sob a crise que o segmento atravessou nos últimos anos. Isso se deu tanto em pessoal técnico como em infra estrutura.
A joint venture Boeing-Embraer continuará a ser o grande cliente na região e não há expectativa de mudança em curto prazo. Mas o programa espacial brasileiro, com o acordo do uso comercial da Base de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão, pelos Estados Unidos deverá abrir possibilidades interessantes também neste segmento.
Marcelo Vaz, que foi diretor presidente da Rocckwell Collins do Brasil, continuará na função também com a posição de destaque dentro da nova estrutura. Ele passará dar apoio as unidades de negócios no Brasil e América Latina. “Estamos ainda nos conhecendo mutuamente, mas as expectativas são grandes tanto para o Brasil com para a região”, destacou o executivo.
Marcelo Vaz que comandava a RockwellCollins agora está à frente da Collins Aerospace.
Nota DefesaNet
No dia 27 de Novembro a United Technologies anunciou a aquisição da Rockwell Collins formando a Collins Aerospace com a fusão das atividades da UTC Aerospace.
A aquisição da Rockwell Collins pela UTC é classificada como uma das maiores da história aeroespacial. Reúne a Rockwell Collins e a UTC Aerospace Systems para criar a Collins Aerospace Systems, líder do setor com uma presença global de 70.000 funcionários em 300 locais e US $ 23 bilhões em vendas anuais em uma base pro forma de 2017.
Ao mesmo tempo a United Technologies desmembra-se em três grupos independentes :
– United Technologies, englobando a Collins Aerospace Systems e Pratt & Whitney, serão proeminentes no campo aeronáutico e indústria de defesa; Collins Aerospace é formada pela junção da UTC Aerospace Systems e Rockwell Collins;
– Otis, a líder mundial na produção de elevadores, escadas rolantes, e,
– Carrier, líder global na produção de equipamentos de refrigeração.
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