Rússia e China ganham terreno da Airbus e Boeing

O volume de investimentos na criação do avião russo MS-21 é de 5,2 bilhões de dólares, disse nesta segunda-feira o presidente da United Aircraft Corporation Mikhail Pogosian em uma entrevista ao canal de televisão Russia Today. Ele informou que fornecimentos de aviões MS-21 de série a clientes podem começar em 2017.

A empresa chinesa COMAC está realizando o projeto de criação do avião civil comercial C919. Seu aparecimento está previsto para 2016. O orçamento do programa C-919 é de 9,7 bilhões de dólares. Os custos finais de ambos estes programas poderão ser avaliados quando ambos os aviões serão produzidos em série.

Entretanto, os dois aviões têm muito em comum. Em ambos os casos se trata de aviões de fuselagem estreita com dois motores. Eles têm uma capacidade quase idêntica: o avião chinês é projetado para 168 passageiros, o russo – para 180. O MS-21 tem um alcance de 5,000 km, enquanto que o C-919 consegue 4,075 quilômetros em versão básica e 5,555 quilômetros na versão com alcance estendido.

Ambos os projetos estão sendo implementados com base em uma ampla cooperação internacional. O MS-21 usará motores americanos Pratt&Whitney PW1400 G, para a criação de seu interior, sistemas de controle e de alimentação eléctrica serão chamadas empresas norte-americanas e francesas. O C919 é um kit de montagem combinado no qual, inicialmente, apenas o planador será chinês. Tanto a Rússia quanto a China contam chegar no futuro a um maior nível de localização da produção dos aviões desenvolvendo tecnologias apropriadas.

Os projetos MS-21 e C-919 são da mesma natureza. Primeiro de tudo, são projetos políticos e não comerciais.

A Rússia, no passado, teve uma indústria bastante grande de aviação civil, mas ela estava seriamente atrasada em relação à ocidental. Na década de 1990, grande parte da indústria da aviação civil na Rússia entrou em queda: em 2011, o país produziu apenas 13 aviões civis de grande porte. A China nunca construiu um grande avião civil, e a tentativa de organizar sua produção na década de 1980 (projeto Y-10) não teve sucesso.

Ao mesmo tempo, a Rússia a China, se querem ocupar um lugar digno no mundo, não têm outro caminho senão realizar tais projetos complexos. O sucesso não virá rapidamente. Entrar no mercado de aviões civis controlado por dois monopólios ocidentais é impossível sem perdas e fracassos. No entanto, essa é a única maneira de ganhar a experiência necessária na implementação de projetos técnicos complexos e de preparar pessoal de engenharia e gestão.

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter