Brasil envia especialista para atuar na abertura das caixas-pretas do voo 447

Tahiane Stochero

O Comando da Aeronáutica enviou na noite desta terça-feira (10) para a França um oficial especialista em abertura e degravação de caixas-pretas para acompanhar na sede do Bureau of Economic Analysis (BEA), o órgão francês que investiga acidentes aeronáuticos, a leitura dos gravadores recuperados em alto-mar do Airbus que fazia o voo AF 447, que caiu no mar em 31 de maio de 2009 deixando 228 mortos.

"Fiz contato com o chefe do BEA e pedi para enviarmos um major que é especialista na degravação de caixas-pretas no país. O objetivo é que ele adquira experiência em um trabalho tão incomum e complexo como esse, pois os gravadores que ficaram submersos durante dois anos a 4 mil metros de profundidade”, disse ao G1 o brigadeiro Carlos Alberto da Conceição, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

O oficial enviado pelo Cenipa é o major-aviador Sidnei Velloso da Silva Júnior, que comanda o laboratório de análises de caixas-pretas. A designação para a viagem a Le Bourget, na França, onde fica a sede do BEA, foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (11). A previsão inicial é de que ele fique 11 dias no trabalho.
 

Normalmente, os órgãos de investigação dos países que possuem interesses tragédia ou em peças da composição da aeronave acidentada têm direito a ter uma pessoa acompanhando a apuração. Desde o início do processo, o coronel Luís Claudio Lupoli, da Aeronáutica, está como representante do Brasil junto ao BEA. Ele está em alto-mar no navio que retirou as caixas-pretas e os corpos do fundo do mar e também irá para a França acompanhar a degravação.

Conforme o brigadeiro Carlos, o major Sidnei irá ajudar o coronel Lupoli na investigação.

Os gravadores de voz e de dados da Air France foram retirados do mar na última semana. "As caixa-pretas parecem estar em bom estado físico. Nossos especialistas nos dizem que podemos conseguir ler esses dados", explicou Jean-Paul Troadec, diretor do BEA.

Troadec ressaltou, no entanto, que, no momento, é difícil saber se houve corrosão. "Se esses dados puderem ser analisados, isso vai permitir que a investigação avance porque o FDR (Flight Data Recorder) registra a altitude, a velocidade, as diferentes posições do leme", explicou

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter