Retificação Matéria – Falta de encomendas complica situação da Aeromot

Nota DefesaNet

A matéria do jornal Valor não esclarece que a empresa AEROMOT em recuperação judicial é a AEROMOT Indústria.

A AEROMOT Aeronaves, com outra administração, dirigida pelo Sr Guilherme Cunha, separada da AEROMOT Indústria desde 2007, e operando no Aeroporto Internacional  Salgado Filho, não apresenta restrições ou dificuldades.

DefesaNet usou de forma incorreta imagens da AEROMOT Aeronaves para ilustrar a matéria do jornal Valor, que não distingue as duas empresas.

Aos administradores da AEROMOT Aeronaves as nossas desculpas.

O Editor
26 Dezembro 2012

Matéria Jornal Valor publicada 21 Dezembro 2012

Virgínia Silveira

Com uma dívida de R$ 10 milhões e em processo de recuperação judicial, a gaúcha Aeromot está sem contratos relevantes, o que aprofunda ainda mais sua crise e aumenta o risco de fechamento da companhia. Ela é fornecedora da Embraer e da Força Aérea Brasileira (FAB) há mais de 40 anos.

Aos 81 anos, o presidente da Aeromot, Cláudio Barreto Viana, considerado um precursor do setor aeronáutico no Rio Grande do Sul, afirma que está empenhado para que a empresa, enquadrada como estratégica pela Aeronáutica, não tenha um fim melancólico.

A crise na Aeromot, segundo o empresário, se agravou nos últimos dois anos com a desvalorização cambial, que reduziu a receita de exportações do motoplanador Ximango, além da perda de clientes. A aeronave possui 170 unidades em operação no mundo e chegou a ser exportada para 16 países.

A despeito dos problemas enfrentados pela crise, o presidente da Aeromot explica que a campanha de vendas do Ximango continua ativa. "Temos acordo com a China National Guizhou Aviation Industry (Gaic) para produzir o motoplanador naquele país." Nos últimos oito meses, segundo ele, 25 funcionários da empresa chinesa receberam treinamento no Brasil. O modelo é destinado a escola de formação de pilotos chineses.

No começo deste ano, a NASA (Agência Espacial Americana) utilizou um Ximango, empregado pela Força Aérea dos EUA (Usaf) no treinamento de pilotos, para uma pesquisa sobre aviões elétricos. "A Aeromot colabora com a pesquisa através do fornecimento de dados de engenharia que permitam substituir com segurança os tanques atuais da aeronave, localizados na asas, por baterias elétricas", explicou Viana.

A Aeromot sobrevive com pequenos contratos de fornecimento de peças para sua antiga coligada, a Aeroeletrônica, vendida em 2005 para o grupo Elbit, de Israel e hoje parte do grupo Embraer Defesa.

A empresa, que chegou a ter três unidades de negócios (manutenção, reparo e revisão aeronáutica; sistemas eletrônicos de defesa; e fabricação de aeronaves), está concentrado hoje apenas na atividade de produção dos aviões Ximango e do treinador monomotor Guri, além de projetos especiais.

No caso do Guri, usado no treinamento básico de pilotos, o mercado alvo, segundo Viana, são os aeroclubes e as Forças Armadas. O antigo Departamento de Aviação Civil (DAC), substituído pela Anac, adquiriu 20 unidades do Guri, em 2005, por R$ 8 milhões, mas o plano que previa a compra de novas unidades não foi adiante.

"Os aeroclubes perderam a função social, de prover a formação de pilotos a um baixo custo. Cerca de 90% dos pilotos da Varig e da Vasp no passado foram formados nos aeroclubes", afirmou Viana.

Até meados deste ano, a Aeromot tinha a expectativa de retomar o fôlego financeiro com o programa de desenvolvimento do cargueiro militar KC-390, a cargo da Embraer. A empresa, no entanto, perdeu a concorrência para fornecer os bancos e as macas da aeronave para a brasileira LH Colus, de São José dos Campos.

Sobre as dificuldades financeiras enfrentadas pela Aeromot, a Aeronáutica preferiu não emitir opinião. A Embraer também não respondeu se o processo de recuperação judicial da Aeromot influenciou na decisão de escolha de outro fornecedor para o KC-390.

O último contrato da Aeromot com a Embraer, de acordo com Viana, foi encerrado há cerca de um ano. A empresa fornecia peças para o avião agrícola Ipanema.

Atualmente, a Aeromot, que já empregou mais de 100 funcionários, conta com apenas oito empregados. Nos bons tempos da empresa, em que fornecia para praticamente todos os programas da Embraer (AMX, Tucano, Bandeirante e Brasília), a Boeing e a Airbus, seu faturamento girava em torno de R$ 10 milhões por ano.

"Temos um número pequeno de colaboradores para reduzir nossos custos fixos, mas trabalhamos com 60 empresas satélites na parte de fabricação, usinagem e solda, criadas por ex funcionários da Aeromot, e que nos atende quando temos algum projeto", explicou.

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