Caça, helicóptero, fusão: a luta da EADS para crescer

Embora não assuma, o interesse do Eurocopter em desenvolver no Brasil um helicóptero mundial faz parte dos esforços do poderoso conglomerado de aviação e defesa EADS de avançar seus domínios para novos mercados e depender menos do continente europeu.

Neste sentido, a companhia de capital francês, alemão e espanhol está às voltas com a proposta de fusão com outra grande representante do segmento de defesa, a inglesa BAE Systems. A operação, caso saia do papel, deve criar a maior companhia do segmento do mundo, com US$ 45 bilhões em negócios por ano. A fusão daria à EADS acesso ao ultraprotegido mercado americano por meio dos contratos firmados pela BAE com as Forças Armadas locais.

Entretanto, o negócio sofre com o fogo cruzado de acionistas e governos dos países que abrigam instalações das duas empresas. Elas têm até o dia 10 para ratificar a intenção de levar o negócio adiante.

O primeiro sinal contrário ao negócio foi de Arnaud Lagadere, um dos principais acionistas individuais da EADS. "Ainda não está claro qual será o ganho de escala que a fusão das empresas irá gerar", questionou o empresário francês por meio de sua assessoria de imprensa. Os comentários aumentaram a pressão sobre os ombros dos presidentes da EADS, Tom Enders, e da BAE, Ian King, horas depois de pedirem que os investidores peçam em seus países regras mais flexíveis para que a operação siga adiante, uma forma de conter a forte oscilação dos papeis das empresas nas bolsas internacionais.

Caças

A EADS também se esforça, mesmo que indiretamente, para emplacar as vendas do caça Rafale, produzido pela francesa Dassault para as forças aéreas internacionais, incluindo o Brasil. O conglomerado francês é dono de pouco mais de 46% das ações da Dassault.

E o Brasil, mais uma vez, é foco de atenção do conglomerado, uma vez que decidirá no início do ano que vem o fornecedor de 36 caças para reforçar a Força Aérea local. Além do Rafale francës, estão na disputa o Gripen, da sueca Saab, e o F-18 Super Hornet, da Boeing. Nos últimos tempos, a companhia americana é quem tem feito os maiores esforços para agradar ao governo brasileiro. Criou parcerias locais para o desenvolvimento de combustíveis limpos e formalizou parceria com a Embraer para desenvolver e comercializar o cargueiro militar KC 390, projeto que há muito tempo estava parado nas pranchetas.

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