Sem festa, FAB recebe seu novo avião de vigia

Roberto Godoy

Quase em segredo, sem festa ou solenidade, chegou sábado, na Base aérea de Salvador, o primeiro avião de vigia oceânica P-3AM, da Força aérea Brasileira (FAB), de um lote de nove unidades compradas usadas nos Estados Unidos. As aeronaves foram revitalizadas pela Airbus Military, em Getafe, na Espanha.

As células originais – as fuselagens e os motores – foram produzidas há 46 anos. A FAB pretende mantê-las em atividade até 2025.

O quadrimotor de médio porte vai ser integrado ao 1º/7º Grupo – Esquadrão Orungan. O valor do contrato, cobrindo 12 aviões, é estimado em US$ 500 milhões. Três unidades vão servir como reserva de componentes.

O principal sistema incorporado aos P-3AM é o FITS, um conjunto eletrônico digital de alta velocidade que integra grandes volumes de informações de vários tipos – de inteligência de campo a aplicações táticas. Segundo o fabricante, a CASA, espanhola, os mesmos recursos servem "de maneira notável" nas missões de resgate e salvamento – identificam objetos de 60 centímetros sobre a água.

Os novos aviões lançam mísseis ar-superfície da classe Exocet ou Harpoon, com alcance de 75 a 90 quilômetros. O armamento embarcado inclui torpedos, mísseis ar-ar, minas antinavio e cargas de profundidade.

O P-3AM é a versão militar do turboélice Electra de 70 a 90 passageiros, utilizado na ponte aérea entre Rio de Janeiro e São Paulo de 1975 a 1992. Pode permanecer em voo por 16 horas, com alcance de até 9 mil quilômetros. O patrulheiro mede 35,5 metros de comprimento por 30,3 metros de envergadura. Leva de 11 a 16 tripulantes e tem 6 consoles digitais de trabalho.

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