Despesas reduzem ganho operacional da Embraer

Virgínia Silveira

A Embraer obteve lucro líquido de R$ 153,7 milhões no segundo trimestre de 2011, de acordo com a demonstração financeira divulgada ontem. O desempenho representa alta de 51% em relação ao mesmo período de 2010.

A receita líquida caiu 11% no trimestre, para R$ 2,17 bilhões, ante os R$ 1,44 bilhões em igual período de 2010. No entanto, os custos caíram mais, 13%, o que melhorou a margem bruta no período, de 20% para 22%.

Mas as despesas operacionais pesaram no resultado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), atingiu R$ 250,3 milhões, contra R$ 297,7 milhões no segundo trimestre de 2010 e R$ 259,8 milhões nos primeiros três meses de 2011. A margem Ebitda foi de 11,5% e ficou abaixo dos 12,2% registrados no mesmo período de 2010 e também dos 14,8% do primeiro trimestre deste ano.

Em sua análise prévia dos resultados da Embraer, o Banco Fator comenta que a menor participação das receitas de serviços no faturamento consolidado da companhia, a valorização do real frente ao dólar e o dissídio concedido aos funcionários no fim de 2010 tiveram impacto negativo as margens operacionais da empresa.

A empresa ressaltou que uma fatia importante das despesas operacionais é em reais, e a apreciação da cotação média do real frente ao dólar nos últimos 12 meses foi de 11%. A Embraer informou que os esforços para maximizar a eficiência operacional vêm contribuindo para anular parcialmente este impacto cambial sobre as despesas operacionais. O caixa líquido da companhia também sofreu uma redução de R$ 187,9 milhões do primeiro trimestre para o segundo trimestre deste ano, atingindo R$ 634,3 milhões.

No segundo trimestre, a Embraer entregou um total de 48 aeronaves, sendo 25 comerciais e 23 executivas. O número representa uma redução de 15 unidades em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2010 também houve uma diferença grande no mix de entregas, com 40 aeronaves entregues para o segmento de aviação executiva e 29 para a aviação comercial.

A participação da aviação comercial e de defesa e segurança na receita líquida registrada no último trimestre diminuiu para 65% e 14,7% respectivamente. A aviação executiva, por outro lado, aumentou sua participação para 18,1%. A Embraer lembrou que as entregas da aviação comercial no segundo trimestre foram impactadas pelo terremoto no Japão, devido ao atraso no fornecimento de motores fornecidos no período.

A carteira de pedidos da companhia no fim de junho totalizava US$ 15,8 bilhões. No mesmo período de 2010, a carteira somava US$ 15,2 bilhões. Segundo a Embraer, a recuperação das vendas no segmento comercial, resultou em 62 novos contratos de E-Jet no acumulado de 2011. Ao longo dos próximos meses, 42 jatos deverão ser adicionados à sua carteira de pedidos firmes.

A melhora no cenário mundial também fez a companhia revisar sua previsão de receita líquida para 2011, de US$ 5,6 bilhões para US$ 5,8 bilhões. As projeções de Ebitda e margem de Ebitda também foram revisadas para US$ 700 milhões e 12% respectivamente.

A Embraer informou ainda que pretende reduzir o investimento aplicado em desenvolvimento de produto, em função de antecipações de contribuição de parceiros para 2011. A projeção de US$ 210 milhões em investimentos foi reduzida para US$ 160 milhões.

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