Conflito leva companhias aéreas dos EUA e da UE a suspender voos para Israel

Karen Jacobs


As companhias aéreas norte-americanas Delta Air Lines, American Airlines e United Airlines afirmaram nesta terça-feira que suspenderam seus voos para Israel de acordo com recomendações da agência de aviação dos Estados Unidos para garantir a segurança dos passageiros num momento em que o conflito na região se intensifica.

A decisão dos EUA foi rapidamente seguida por companhias europeias, incluindo a alemã Lufthansa, a francesa Air France e a holandesa KLM. A Air Berlin, segunda maior empresa aérea da Alemanha, disse ter interrompido seus voos até quarta-feira, citando a situação em terra em Tel-Aviv.

A Norwegian Air, terceira maior companhia de baixo custo da Europa, também suspendeu voos para Tel-Aviv até novo aviso, disse uma porta-voz da empresa à agência de notícias norueguesa NTB.

A Scandinavian Airlines anunciou a suspensão de um voo que partiria de Copenhague no fim do dia, e outro de Estocolmo, programado para quarta-feira. A companhia decidirá na manhã de quarta-feira se cancelará mais voos, disse uma porta-voz à NTB.

A Swiss International Air Lines cancelou todos os seus voos para Tel-Aviv e está monitorando a situação, de acordo com uma porta-voz.

A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) disse ter alertado as empresas norte-americanas que estavam proibidas de voar para o Aeroporto Internacional Ben-Gurion, de Tel-Aviv, por até 24 horas.

Em um comunicado, a FAA disse que seu alerta, que se aplica apenas a companhias aéreas norte-americanas, foi emitido em resposta a um ataque de foguete que caiu a cerca de 1,5 quilômetro do aeroporto israelense nesta terça-feira.

"A FAA notificou imediatamente as companhias aéreas dos EUA quando a agência soube do ataque com foguete", disse a agência em um comunicado, acrescentando que mais recomendações serão dadas em breve.

O texto da FAA cita "a situação potencialmente perigosa criada pelo conflito armado em Israel e em Gaza" ao proibir os voos de companhias norte-americanas.

A Delta e a United informaram em comunicados separados que estão suspendendo voos de e para Tel-Aviv "até nova comunicação". O porta-voz da American Airlines, Casey Norton, também anunciou que voos operados pela sua unidade US Airways entre Filadélfia e Tel-Aviv foram cancelados.

A interrupção nos voos ocorre depois que o grupo militante Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e seus aliados dispararam mais foguetes contra Israel, o que levou ao acionamento das sirenes em Tel-Aviv. Um dos projéteis atingiu uma localidade nas imediações do aeroporto, ferindo levemente duas pessoas, disseram autoridades.

O ministro dos Transportes de Israel, Yisrael Katz, pediu às companhias aéreas que voltem a operar as suas rotas normais. "O Ben-Gurion é seguro para pousos e decolagens e não há preocupações de segurança para aeronaves e passageiros", disse ele em um comunicado. "Não há necessidade para companhias dos EUA suspenderem os voos e recompensar o terrorismo."

A British Airways, que voa para Tel-Aviv duas vezes ao dia, disse que seus voos continuarão operando normalmente.

(Reportagem de Karen Jacobs, em Atlanta; de Steven Scheer, em Tel-Aviv; de Victoria Bryan, em Berlim; de Thomas Escritt, em Amsterdã; de Ludwig Burger, em Frankfurt; de John Irish, em Paris; e de Marina Depetris, em Genebra)

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