Infantaria da FAB: Segurança que começa no solo

Tropa terrestre da Força Aérea celebra trajetória, modernização e avanços operacionais em 2025

Agência Força Aérea, por Tenente Eniele Santos

 Celebrado em 11 de dezembro, o Dia da Infantaria da Aeronáutica homenageia os militares responsáveis pela defesa terrestre, pela proteção das unidades aéreas e pelo suporte direto às operações do poder aéreo. Com uma história marcada por coragem, profissionalismo e constante evolução, a Infantaria da Aeronáutica consolidou-se como uma tropa mais versátil e especializada.

Assim, ao longo de 84 anos, a Infantaria da Aeronáutica tem garantido a segurança das unidades, dos meios aéreos e do patrimônio estratégico da Força Aérea Brasileira (FAB), além de atuar em missões operacionais de alta complexidade em todo o território nacional.

Em 2025, as comemorações também marcaram os 80 anos do Vitorioso Regresso dos militares brasileiros após a campanha na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse contexto histórico, o Chefe da Subchefia de Preparo de Operações Terrestres do Comando de Preparo (COMPREP), Brigadeiro de Infantaria Alexandre Okada, destacou a contribuição de três militares cuja atuação, apesar de pouco registrada, foi decisiva para a formação da tropa terrestre da FAB: Major José da Silva Rondon, Tenente José Adolfo Teixeira e Tenente Severino Pessoa Muniz, então Sargentos recém-integrados à Força Aérea, que assumiram a missão de prover a segurança do pessoal e do material do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa) em solo estrangeiro.

Avanços operacionais e capacidade de adaptação

O Brigadeiro Okada ressaltou que 2025 foi um ano marcado por evolução contínua, modernização e ampliação das capacidades da Infantaria diante das demandas da guerra moderna. “A Infantaria da Aeronáutica vem se adaptando às novas ameaças, desenvolvendo doutrina e capacidades essenciais. Esse esforço coletivo possibilitou protagonizar ações marcantes em diversas áreas, por meio de exercícios e operações reais”, salientou.

No campo das Operações Especiais, um marco histórico: o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS) realizou um salto livre operacional a 33 mil pés de altitude, empregando a aeronave KC-390 Millennium — feito inédito na FAB. “Essa ação histórica evidenciou o elevado nível técnico e a capacidade de pronta resposta da tropa para missões de busca, resgate e operações especiais”, reforçou o Oficial-General.

As Unidades de Infantaria também tiveram participação expressiva nas Operações Catrimani, Ágatha e Marajoara, contribuindo diretamente para o combate a ilícitos, a preservação da soberania e a segurança de grandes eventos internacionais.

Defesa Aeroespacial e proteção de estruturas estratégicas

À frente das operações do Sistema Anti-Drone durante a COP30, o Capitão de Infantaria Marcell Augusto Nogueira Novaes Craveiro da Costa do Grupo de Segurança e Defesa de Belém (GSD-BE) destacou a importância do sistema para a segurança do espaço aéreo de baixa altura. “Durante o período de 3 a 20 de novembro de 2025, o Sistema Anti-Drone da FAB operou de forma contínua na Base Aérea de Belém, monitorando o espaço aéreo de baixa altura em apoio direto às ações de segurança da COP30. Nesse intervalo, registramos 266 detecções automatizadas de aeronaves remotamente pilotadas”, explicou.

O Oficial ressaltou que o monitoramento ocorreu dentro de regras de sobrevoo específicas para o evento, estabelecidas para garantir a segurança do espaço aéreo em um cenário de grande concentração de autoridades e público. Ele enfatizou que o trabalho exigiu precisão e coordenação permanente com o Controle de Tráfego Aéreo. “Ao longo das operações, foram conduzidas 41 ações de mitigação, todas executadas com protocolos rigorosos de segurança aérea e em alinhamento com os órgãos de controle de tráfego. Também atuamos em integração direta com as forças de segurança terrestre para assegurar a proteção das infraestruturas críticas”, acrescentou.

Por fim, destacou o impacto estratégico do sistema no evento. “A integração entre detecção, identificação, localização e mitigação controlada ampliou significativamente a consciência situacional em áreas sensíveis. Isso fortaleceu nossa postura preventiva e contribuiu diretamente para a proteção das autoridades e para a manutenção da segurança durante a COP30”, concluiu.

Modernização do Sistema de Segurança e Defesa

Neste sentido, o Brigadeiro Okada também destacou a modernização de processos e tecnologias do Sistema de Segurança e Defesa. “A atualização das legislações, a reestruturação dos Projetos de Suporte Integrado de Segurança das Instalações e a modernização dos sistemas de vigilância eletrônica para a segurança das instalações elevaram significativamente a proteção dos aquartelamentos da FAB em todo o país”, explicou.

Um dos destaques foi o fortalecimento do Curso de Operador de Aeronaves Remotamente Pilotadas (COMARP), que passou a oferecer, inclusive, uma versão internacional destinada a militares da Organização das Nações Unidas — reconhecimento da expertise brasileira no setor.

Preparação, prontidão e missão

Ao avaliar o desempenho da tropa, o Brigadeiro Okada destacou o papel estratégico da Infantaria na sustentação do poder aéreo. “A Infantaria da Aeronáutica representa a linha de proteção que permite que o poder aéreo cumpra sua missão. Cada militar é preparado para atuar em cenários complexos, com rigor técnico, disciplina e prontidão.” E concluiu afirmando que cada conquista reafirma o papel indispensável da Infantaria na missão maior de manter a soberania do espaço aéreo brasileiro e a defesa da Nação, defendendo na Terra o Domínio do Ar, sempre pronta e sempre presente, onde e quando o Brasil precisar.

Fotos: CECOMSAER

Compartilhar:

Leia também
Últimas Notícias

Inscreva-se na nossa newsletter