Boeing mostra otimismo para prolongar linha de produção de caças

Por Andrea Shalal

Tradução, adaptação e edução – Nicholle Murmel

A Boeing Co. informou na última terã-feira (10) estar otimista em relação à ampliação da linha de aeronaves de caça F/A-18E/F e EA-18G para além de 2017, dadas as possibilidades de encomendas internacionais e as declarações de autoridades da Marinha americana sobre a necessidade de mais aviões.

Dan Gillian, responsável pelos programas de desenvolvimento dos dois modelos, disse à Reuters que a empresa anuncie o resultado da sua licitação para compra de aeronaves entre junho e julho, e que uma encomenda do Oriente Médio poderia ser fechada no segundo quadrimestre do ano.

A Boeing vem tentando firmar contrato com o Kuait há anos para aquisição de um número indefinido de aeronaves a serem construídas em 2018.

Gillian disse ainda que a empresa precisava decider até o meio deste ano, antes mesmo da aprovação do orçamento para o ano fiscal de 2016 pelo Congresso americano, se continuaria ou não a financiar a produção dos F/A-18, ou se prepararia para fechar a linha após concluir as encomendas no fim de 2017.

Mas ele explica também que o ambiente orçamentário delicado nos EUA e a ameaça de continuidade nos cortes em 2016 significam que é pouco provável que a Boeing consiga apoiar a linha de produção das aeronaves com tanta consistência como fez durante os anos finais da linha de fabricação do C-17 em Long Beach, na California. “Estou otimista sobre extender a produção e fabricar mais aviões, mas é preciso tomar uma decisão equilibrada sobre em que cestas colocar os ovos”, disse Gillian em entrevista. “É um ambiente orçamentário bastante complicado… E não creio que vamos ver a Boeing fazer o que fazíamos no passado”, continua. “Negócio de risco é negócio de risco”.

A Northrop Grumman Corp. é um fornecedor-chave para os F/A-18 e EA-18G, que devem permanecer em serviço até 2040, voando junto com os caças F-35 construídos pela Lockheed Martin Corp.

A Boeing também está trabalhando emu ma gama de atualizações para seus caças. Gillian disse que a empresa decidiria nas próximas semanas se faria ou não mais uma grande campanha de lobby em favor da linha de produção dos F/A-18.

O chefe de Operações Navais da US Navy, almirante Jonathan Greenert, disse na terça-feira que esperava concluir ainda nesta semana uma lista de “prioridades não financiadas” a ser encaminhada para o Congresso – o documento pode incluir algumas unidades do F/A-18E/F Super Hornet.

O almirante disse que a Marinha enfrenta a necessidade de complementar de dois a três esquadrões de ataque – em torno de 36 aeronaves – na próxima década, por conta de problemas na manutenção dos F/A18 mais anigos, os chamados “legacy Hornets”.

Mas ainda se sabe se o Congresso financiará mais alguma aeronave da Boeing diante dos pedidos conflitantes por recursos e da incerteza sobre se os parlamentares aceitarão diminuir as pressões orçamentárias que devem voltar no ano fical de 2016.

A Boieng assinou um memorando de entendimento comum com a Marinha em dezembro do ano passado para diminuir o ritmo de produção de três para duas unidades ao mês a partir da primeira metade de 2016, o que ajudaria a prolongar a linha de série dos F/A-18 até o fim de 2017, explicou Gillian.

Ele disse que a empresa planeja evitar demissões através do remanejo de trabalhadores para outros programas. Outra expectativa é um contrato com a US Navy nos próximos meses para 15 unidades da aeronave de ataque EA-18G – a encomenda é financiada pelo Congresso e já está incluída no orçamento do ano fiscal de 2015.

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