Reuters
A fabricante aeronáutica europeia Airbus concordou em pagar um valor total em multas de US$ 3,9 bilhões (mais de R$ 16 bilhões) para encerrar processos judiciais. O acordo é fruto de um esforço conjunto entre EUA, França e Inglaterra, e o pagamento será dividido entre os três países, sendo que cerca de metade do valor irá para as autoridades francesas.
A Airbus foi investigada na Europa por prática de corrupção na venda de jatos por mais de uma década e que envolviam o pagamento de subornos a autoridades em grandes mercados, como a China.
Nos EUA, era investigada por suspeita de violações de controles de exportação. A apuração dos fatos ainda incluiu transações no Brasil e em mais de 15 países, segundo promotores franceses.
No centro do caso estava um sistema com décadas de existência envolvendo agentes que operavam dentro de uma unidade hoje desativada, na sede da Airbus. No auge, a unidade chegou a envolver 250 pessoas e várias centenas de milhões de euros em pagamentos por ano.
Apesar do acordo ser elevado financeiramente, acusações criminais poderiam deixar a Airbus sob risco de ser impedida de participar de licitações nos EUA e na União Europeia. Além disso, elimina uma incerteza legal que paira sobre a gigante franco-alemã há anos.
O acordo foi divulgado ontem pelo Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos. Segundo o órgão, essa é o maior acordo já acertado para colocar fim a acusações de suborno até hoje, e foi firmado em 28 de janeiro. A empresa já havia comunicado as negociações anteriormente, mas os valores ainda não tinham sido divulgados.
“A Airbus se engajou em um esquema maciço de vários anos para atingir de maneira corrupta seus objetivos comerciais, pagando subornos na China e em outros países e ocultando esses valores”, afirmou o procurador-geral adjunto da Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Brian Benczkowski, destacando a colaboração com Reino e França nas investigações.
Liderança. Na esteira dos acidentes com o Boeing 737 Max, protagonistas de dois desastres que causaram a morte de 346 pessoas, a Airbus voltou a ser a líder global entre as fabricantes aeronáuticas globais. A companhia europeia realizou a entrega de 863 aeronaves ao longo de 2019, enquanto a sua arquirrival americana teve um desempenho pálido no passado. A Boeing espera retomar tanto a produção quanto os voos do 737 Max em meados de 2020.
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