Ministro da Defesa russo visita tropas no front de guerra na Ucrânia

O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, estava na linha de frente na Ucrânia para inspecionar as posições do Exército – informou o ministério nesta quinta-feira (22). Um dia depois de um discurso do presidente Vladimir Putin perante 15 mil militares, Sergei Shoigu foi verificar o moral das tropas e suas condições de vida.

"Na linha da frente", Shoigu "verificou as condições de destacamento de pessoal e material militar" e "inspecionou as áreas de posicionamento das unidades militares, as condições de alojamento e de calefação do pessoal", relatou o ministério em sua conta no Telegram. A mensagem foi acompanhada de um vídeo, em que se vê o ministro inspecionando instalações militares e caminhando nas trincheiras.

A visita foi uma oportunidade para Sergei Shoigu mostrar que as autoridades tomaram conhecimento das mensagens difundidas nas redes sociais que criticam a falta de recursos dados aos militares para o cumprimento de suas missões.

É também um sinal para mostrar que a hierarquia terá de seguir as instruções dadas no dia anterior por Vladimir Putin. E, em particular, para fornecer aos soldados o equipamento necessário para que possam passar o inverno em boas condições.

Por fim, é uma forma de mostrar à população que a Rússia se preocupa com o destino de seus soldados, enquanto há algumas semanas as autoridades foram acusadas de usá-los como "bucha de canhão".

Ao que o presidente russo reagiu: "Devemos ouvir os homens que têm coragem de falar criticamente e passar informações. Todos os meios financeiros necessários estão disponíveis".

Donetsk é prioridade

O Exército russo está concentrando suas ações na Ucrânia para assumir o controle de toda região de Donetsk (leste) – declarou o chefe do Estado-Maior do Kremlin, Valeri Gerasimov, neste quinta-feira (22).

"A situação na linha de frente se estabilizou. Os principais esforços das nossas tropas estão concentrados em completar a libertação do território da República Popular de Donetsk", autoproclamado por separatistas pró-russos, afirmou Gerasimov, citado por agências de notícias russas.

Ele informou ainda que os exercícios navais planejados para esta semana entre as Marinhas russa e chinesa no Mar da China Oriental são uma "reação" à posição "agressiva" dos Estados Unidos na Ásia.

"Esta cooperação é uma reação natural ao aumento agressivo do potencial militar dos Estados Unidos na região", alegou Gerasimov, ainda de acordo com agências de notícias russas.

"O objetivo" destes exercícios conjuntos é "aumentar (…) a capacidade de resistência a novos desafios e novas ameaças", acrescentou.

Fim da guerra

O presidente russo, Vladimir Putin, quer que o conflito na Ucrânia termine o mais rápido possível, disse ele nesta quinta-feira, após quase dez meses de intensa luta contra o exército de Kiev.

"Vamos lutar para que isso acabe. E quanto mais cedo melhor, claro", declarou o líder russo em entrevista coletiva.

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