Diante do desafio crescente e multifacetado apresentado pela China, a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, declarou na quinta-feira que o século 21 será o "século da América no Pacífico" e afirmou que os problemas da região necessitarão da liderança dos EUA.
Em discurso realizado antes de uma cúpula dos países da Ásia-Pacífico, Hillary destacou que o governo do presidente Barack Obama buscaria melhorar suas relações com a China, mas procurou dissuadir o país e outros da região de pensar que os EUA estariam cedendo seu papel tradicional no âmbito do Pacífico.
"Há desafios sendo enfrentados pela Ásia-Pacífico neste momento que pedem a liderança dos Estados Unidos, desde garantir a liberdade de navegação no Mar do Sul da China até contrapor as provocações e as atividades de proliferação da Coreia do Norte para promover o crescimento econômico equilibrado e inclusivo", afirmou.
Os comentários de Hillary, em discurso no Centro Oriente-Ocidente, foram parte de uma campanha do presidente Obama de direcionar a política externa norte-americana para focar mais intensamente na Ásia, depois de uma década de guerras no Iraque e no Afeganistão.
"Está se tornando cada vez mais claro que, no século 21, o centro gravitacional estratégico e econômico será na Ásia-Pacífico, do subcontinente indiano à costa oeste das Américas", afirmou.
"Uma das tarefas mais importantes da política americana na próxima década será garantir um investimento substancialmente maior ¿ diplomático, econômico, estratégico, e outros ¿ nessa região, disse Hillary a estudantes e acadêmicos no Centro Oriente-Ocidente, um instituto de pesquisa de Honolulu, capital do Estado norte-americano do Havaí.
Apesar de dizer que a China e os EUA precisavam cooperar para estimular o crescimento econômico, Hillary criticou as políticas de direitos humanos de Pequim, o que certamente irritou os líderes chineses.
Hillary disse que seu país tinha como objetivo criar na região da Ásia-Pacífico neste século uma rede semelhante à rede transatlântica com instituições e relacionamentos que os Estados Unidos e seus aliados na Europa construíram no século 20.