Argentina: veteranos das Malvinas pedem identificação de corpos

Veteranos argentinos da guerra das Malvinas realizada contra a Grã-Bretanha exigem a realização de exames para identificar cadáveres não identificados de um cemitério nessas ilhas, em meio aos preparativos para o aniversário de 30 anos do conflito, informou a imprensa nesta segunda-feira. O pedido foi feito pelo Centro de Ex-Combatentes de La Plata (50 km ao sul de Buenos Aires) e envolve 123 túmulos do cemitério argentino de Darwin que levam a legenda: "soldado só conhecido por Deus".

"Nosso objetivo é chegar aos 30 anos das Malvinas sem impunidade de nenhum tipo. Sem que reste nenhum tema para ser resolvido", afirmou Ernesto Alonso, representante do centro, ao jornal Tiempo Argentino. Os ex-combatentes, com o patrocínio do advogado Alejo Ramos Padilla, apresentaram-se diante da Justiça para solicitar que o Estado instale uma equipe de antropólogos argentinos no cemitério para extrair amostras de DNA que permitam a identificação dos restos mortais.

O pedido conta com o apoio da Comissão de Familiares de Mortos nas Malvinas e Ilhas do Atlântico Sul. O governo de Cristina Kirchner, que assumirá seu segundo mandato em 10 de dezembro, começou a organizar uma série de atos públicos que culminarão em 2 de abril quando se completam três décadas do desembarque de tropas argentinas no arquipélago, segundo o jornal.

Nesse dia está previsto um desfile de veteranos de guerra pelo centro de Buenos Aires. Pouco antes, entre fevereiro e março, está previsto que o príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, efetue uma missão de seis semanas em meio a seu trabalho de piloto de resgate nas ilhas, ocupadas pela Grã-Bretanha desde 1833. A missão do príncipe britânico, anunciada em 10 de novembro, foi qualificada como "uma provocação" pelo encarregado das Malvinas da chancelaria, Sebatián Brugo Marcó.

Em 2 de abril de 1982 – durante a ditadura do general Leopoldo Galtieri – tropas argentinas desembarcaram nas ilhas Malvinas. A guerra durou 74 dias e foi concluída com a rendição dos argentinos, com um saldo de 255 britânicos e 649 argentinos mortos. Desde então, a Argentina insistiu na via diplomática, mas a Grã-Bretanha nega-se a realizar negociações pela disputa da soberania, apesar das convocações da ONU.

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