Venezuela em estado de alerta

O balanço oficial dos protestos de quarta-feira na Venezuela foi cruel: três mortos – um policial e dois opositores –, 61 feridos e 69 detidos após confrontos entre manifestantes pró e contra o governo de Nicolás Maduro. No entanto, os ânimos não ficaram mais conciliadores: para a tarde de ontem, o governo havia convocado "marchas populares contra o fascismo da oposição" e ordenado a prisão de um líder oposicionista.

– Venezuela unida contra o fascismo! Convocamos os movimentos sociais e opovo para uma concentração contra a violência opositora – anunciou a ministra de Informação, Delcy Rodríguez.

As ruas ficaram vazias pela manhã, sem os frequentes engarrafamentos, conforme relatos de jornalistas de Caracas. O movimento nas escolas também diminuiu, porque, embora não tenha sido decretada a suspensão das aulas, muitos pais preferiram não levar os filhos aos colégios.

O trânsito também foi interrompido nas proximidades do Palácio de Miraflores, sede do governo, e o esquema de segurança foi reforçado.

A imprensa local noticiou que o Serviço Bolivariano de Inteligência recebeu ordens ontem para prender Leopoldo López, um dos líderes da oposição, aliado do governador de Miranda, Henrique Capriles. A ordem de prisão foi expedida pela juíza Ralenys Tovar, sob acusação de homicídio, lesões graves e "associação para delinquência", conforme a imprensa.

A procuradora-chefe Luisa Ortega não fez nenhuma menção à suposta ordem de prisão em declarações à mídia. Seu gabinete não se pronunciou.

Em sua conta no Twitter, López retrucou: "Maduro sabe bem que o que aconteceu ontem foi plano de vocês. Os mortos e feridos são sua responsabilidade".

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