Especialistas apontam mudanças no cenário digital, avanços em IA e a consolidação da segurança como prioridade estratégica para as empresas
O setor de tecnologia atravessa um momento de mudança acelerada, com o volume de ataques digitais permanecendo em alta. Para se ter uma ideia, só no Brasil, o mercado deve movimentar R$104,6 bilhões em cibersegurança entre 2025 e 2028, impulsionado pela digitalização das empresas e pela crescente necessidade de proteção, de acordo com um levantamento da Brasscom. O resultado é uma transformação estrutural que deve definir quais empresas estarão preparadas para competir em 2026.
No campo da cibersegurança, o volume de ataques digitais permanece em alta e se tornou ainda mais sofisticado. De acordo com o Fortinet Threat Landscape Report 2025, o Brasil registrou mais de 314 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no primeiro semestre de 2025, concentrando cerca de 84% das ocorrências na América Latina e no Canadá, reflexo da maior profissionalização de grupos criminosos e da ampliação da superfície de riscos das organizações.
É nesse contexto que a IA se mantém como protagonista. Análises recentes mostram que 2026 deve marcar um ponto de virada para o uso da tecnologia em estratégias de defesa digital, já que a IA passou a ser incorporada ao arsenal de atacantes e começa a ser essencial para acelerar respostas e fortalecer a detecção de ameaças.
Além disso, o mesmo estudo revela ainda que 28% das grandes empresas brasileiras não possuem uma área dedicada de segurança, e que entre companhias menores esse índice chega a 60%, evidenciando vulnerabilidades estruturais e a necessidade de amadurecimento operacional.
Para entender como essas tendências vão impactar as estratégias corporativas em 2026, reunimos especialistas para comentar o cenário, detalhar oportunidades e explicar o que muda para empresas de todos os portes no próximo ciclo tecnológico. Confira:
A consolidação da segurança integrada
Para Rafael Dantas, Head de Cibersegurança da TLD, empresa referência em tecnologia, 2026 será um ano em que as empresas investirão cada vez mais em uma segurança mais conectada e simples de administrar.
As organizações passarão a substituir diversas ferramentas isoladas por modelos unificados, que reúnem em um único ecossistema tudo o que envolve proteção, desde acessos e dispositivos até aplicações e dados.
“A inteligência artificial deve ter um papel cada vez mais importante nesse processo, ajudando as empresas a identificar rapidamente comportamentos suspeitos e a responder a incidentes com mais agilidade. Com o crescimento da nuvem e o volume cada vez maior de dados sensíveis, as empresas precisam de políticas claras para armazenar, usar e descartar informações. 2026 marca um avanço para uma segurança mais contínua e compreensível, em que tecnologia e pessoas atuam juntas para garantir confiança e estabilidade”, afirma.
Infraestrutura dedicada à IA
Manoel Filho, Gerente de Data Center da HostDime, data center mais certificado da América Latina, afirma que o avanço da inteligência artificial continuará orientando as decisões de investimento em tecnologia, e o mercado deve intensificar a busca por infraestruturas projetadas para suportar aplicações avançadas de IA, como data centers dedicados capazes de operar modelos mais complexos.
“Veremos uma aceleração na demanda por data centers especializados em inteligência artificial. Modelos avançados exigem baixa latência, alto poder de processamento e ambientes otimizados para cargas intensivas, requisitos que estruturas tradicionais nem sempre conseguem atender. Por isso, arquiteturas desenvolvidas especificamente para acelerar o treinamento e a execução de modelos de IA despontam como uma das principais tendências para o próximo ano”, afirma.
Diante desse cenário, fica evidente que 2026 será um ponto de inflexão para as estratégias de tecnologia e segurança das empresas brasileiras.
A combinação entre a escalada dos ataques cibernéticos, a adoção massiva de inteligência artificial e a necessidade de infraestruturas mais robustas e integradas impõe um novo patamar de maturidade operacional. Organizações que investirem desde já em segurança unificada, governança de dados e ambientes preparados para IA estarão mais bem posicionadas para mitigar riscos, ganhar eficiência e sustentar a inovação.
Por outro lado, aquelas que mantiverem estruturas fragmentadas ou negligenciarem a segurança como pilar estratégico tendem a enfrentar maiores vulnerabilidades e perda de competitividade em um mercado cada vez mais digital e orientado por dados.





















