Notas Estratégicas BR – O que será a Relação Donald Trump e Lula da Silva?

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático – ASEAN em Kuala Lampur, Malásia. — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Fiel Observador

A reviravolta nas relações entre Donald Trump e Luis Inácio Lula da Silva era já esperada. Trump é um homem de negócios e os coloca a frente de qualquer tipo de relação ideológica. Por isso, tem predileção por regimes ditatoriais, porque o ciclo de tomada de decisão é mais simplificado que o das democracias plenamente consolidadas.

Segundo informações dos bastidores da diplomacia, Donald Trump quer do Governo Brasileiro completa subserviência. Na sua reedição da Doutrina Monroe, Trump quer transformar os países da América Latina em colônias de exploração. O foco será o fornecimento de recursos minerais para os Estados Unidos, e a diminuição drástica da influência da China e da Rússia na região.

Não está descartada ações militares em outros países da região. A justificativa do combate ao narcoterrorismo é a mesma da Guerra ao Terror.

Trump quer um governo fantoche nos países latino-americanos. Ele tentou negócios com Jair Bolsonaro, durante una reunião em Mar-e Lago, onde fez lobby por caças F-18 Super Hornet, mas por pressão de setores da caserna, o contrato com os suecos não foi cancelado. Essa negocição mal-sucedida teve impacto na percepção de Washington com Jair Bolsonaro.

Agora, Trump iria querer a imediata normalização das relações do governo brasileiro com seu aliado Israel. Os israelenses vão vender equipamentos militares que os EUA ainda não querem entregar aos militares brasileiros. Algo similar ao que vinha acontecendo nas últimas três décadas.

Trump também quer um afastamento do Brasil dos países árabes. A ideia do mandatário americano é dividir o mundo em zonas de influência, tal qual na Guerra Fria, e colocar o Brasil dentro da sua órbita, mas com menos margem de manobra daquela possível durante o auge da Guerra Fria. Donald Trump ainda está testando a relação com Lula. Uma coisa é certa, o Brasil se tornou o centro da política americana para a América Latina. Agora resta saber qual é o grau de independência e ou de uma soberania relativa o Brasil vai ser capaz de negociar. Infelizmente, com a fragilidade das nossas forças armadas e e a completa dependência de exportação de commodities, o Brasil não tem muitas chances para barganhar condições melhores.Antiárea de média altura deve ser prioridade

A aquisição de sistemas de defesa antiárea de média altura deve ser emergencial e tratada como prioridade imediata. Ela permite a segurança na manobra da Força Terreste além de ser dual por possibilitar a defesa de infraestruturas críticas e centros populacionais. Precisamos de uma aquisição imediata de sistemas completos, ou seja, lançadores e radares totalmente integrados, modernos e capazes de detectar e destruir mísseis de cruzeiro, drones e aeronaves de combate.

Onda Direitista no subcontinente

Uma nova onda direitista assume o poder na América do Sul. Lula e o PT não podem se iludir. Os governos da Venezuela e da Colômbia vão cair. A empresa de comunicação americana Fox News planeja entrar no Brasil. Trump quer completa subserviência do atual governo brasileiro, senão vai apoiar um candidato de direita em 2026.

No mapa abaixo a atual divisão ideologica do continente após a eleição do Chile, 14DEZ2025

Trump não quer banho de sangue na Venezuela

Donald Trump quer uma mudança rápida de regíme na Venezuela, mas tenta evitar um conflito militar. Por ora usa a pressão da milhares de toneladas de diplomacia enquanto tenta asfixiar o regime cortando suas fontes de financiamento. Maduro já foi abandonado pelos tradicionais aliados Rússia, China , Irã e Cuba, e claro, o Brasil. Os americanos sabem que entrar na Venezuela terá custos, e querem evitar a repetição do atoleiro do Iraque, dessa vez no seu quintal. Mesmo que o petróleo venezuelano pague o custo de qualquer operação e intervenção militar. Uma guerra na Venezuela terá consequências regionais e vai ser espalhar pelos países limítrofes. EUA também sabe que não há controle no armamento comprado da Rússia, principalmente os mais de 5 mil mísseis antiaéreos lançados de ombro (MANPADS) IGLA. Na mão de insurgentes, o armamento será uma ameaça a aviação civil e militar em toda região. Washington também não está subestimando a capacidade da defesa antiárea venezuelana. Se um único caça americano for abatido e seu piloto capturado, isso vai ter impacto direto nas relações públicas e na supremacia militar americana na região. Venezuela nem ninguém tem condições de vencer uma guerra contra os EUA no campo de batalha, mas vai buscar levar o conflito para a arena política e social dentro do próprio EUA.

Nota DefesaNet – Os documentos obtidos nos arquivos do comandante das FARC Raúl Reyes, em fevereiro de 2008, trouxe pontos interessantes, como a procura por MANPADS, e talvez compartilhar com grupos criminais brasileiros.

Guerra ao Narcotráfico

A guerra ao narcotráfico ou narcoterrorismo é a nova edição da Guerra ao Terror. Parece que só tem nome para justificar ações de combate junto ao Congresso e a Justiça americanos. Na prática, o objetivo é assumir o controle das reservas de recursos minerais.

E o Brasil?

As Forças Armadas parecem estar preocupadas com a situação na Venezuela, mas enviam uma mensagem diferente ao passarem todos seus principais projetos de modernização para o ano de 2026. Nem sequer munição para os atuais meios foi adquirida. No quarto ano do governo Lula não foi feita nenhuma nova aquisição de capacidades militares. Ignoram que o mundo está em guerra e que não existe estoque de equipamentos de defesa. Como iremos assegurar a inviolabilidade das nossas fronteiras e a manutenção do poder dissuasório brasileiro ?

Pergunta que não quer calar

Qual será o legado de Lula 3 para as Forças Armadas?

Nota DefesaNet

Quando publicávamos as Notas Estratégicas BR era assinado em Washingron DC o Acordo PAX SILICA.

“Representantes de diversos países sentam-se à mesa segurando documentos assinados em frente a um painel com a inscrição “PAX SILICA: Garantindo a Segurança da Cadeia de Suprimentos de Silício”, com bandeiras nacionais exibidas ao fundo.

Afirmamos nosso compromisso compartilhado de promover prosperidade mútua, progresso tecnológico e segurança econômica para nossos povos” em nota do Departamento de Estado.

O que o Brasil pode jogar com sua vantagem competitiva de ter de 20 a 30% das reservas mundias de Terras Rara?


Compartilhar:

Leia também
Últimas Notícias

Inscreva-se na nossa newsletter