F-16 Argentino incopora tecnologia stealth que muda combate aéreo na América Latina

A Argentina está caminhando para a modernização de sua Força Aérea com a chegada dos primeiros seis caças F-16 que têm uma tecnologia militar exclusiva e que posicionam o país na vanguarda das capacidades aéreas na América Latina.

El Cronista
Argentina
24 Setembro 2025

A Argentina está se preparando para um salto estratégico em sua capacidade de defesa aérea com a próxima chegada dos primeiros 6 caças F-16 operacionais que já estão na fase final de preparação na Dinamarca. Além do marco representado pela incorporação dessas aeronaves modernas, destaca-se a aplicação em suas fuselagens do inovador revestimento sneak Have Glass V, uma tecnologia exclusiva que transforma o combate aéreo na região, nas suas fuselagens.

O Ministério da Defesa da Argentina informou que, sob o contrato com a Agência Dinamarquesa de Compras de Defesa (DALO), o Serviço Dinamarquês de Manutenção de Defesa (FVT) completou o processo de pintura e montagem das seis primeiras aeronaves F-16 destinadas à Força Aérea Argentina (FAA). Como pode ser visto nas fotos divulgadas, essas unidades agora carregam o esquema Have Glass V, caracterizado por um tom cinza escuro, o que reduz a assinatura do radar e, portanto, melhora a característica “stealth” da aeronave.

F-16: O que é Have Glass V e o que muda no combate aéreo?

O Have Glass V é uma tinta RAM (Material Absorvente de Radar) de quinta geração aplicada a caças avançados que combina partículas ferromagnéticas e materiais compósitos para absorver e dispersar ondas de radar inimigos, diminuindo assim a detecção e o rastreamento por sistemas inimigos. 

Este revestimento não é comum na América Latina e está presente em aeronaves de elite como o F-35, além de alguns F-16 modernizados nas forças aéreas na Europa e na Ásia.

Quando o F-16 chega à Argentina

A operação para tranladar essas aeronaves da Dinamarca para a Argentina está sob planejamento avançado. O voo de deslocamento planejado será realizado com acompanhamento aéreo de reabastecedores KC-135R e apoio logístico com um C-130 Hercules da FAA, com a chegada planejada à base da Área Material Rio IV no início de dezembro de 2025. Posteriormente, a Argentina receberá as 24 aeronaves restantes de maneira escalonada.

Deve-se levar em conta que no país já existe um F-16, mas não tem capacidade de voo, uma vez que se destina ao treinamento de mecânicos e pessoal de manutenção da Força Aérea Argentina em geral.

A fase final dos preparativos para a chegada das operações do F-16 da Dinamarca inclui a realização de testes de voo e a conclusão da documentação técnica para a incorporação na operação argentina.

Afinal, a incorporação do F-16 com tecnologia Have Glass V posiciona a Força Aérea Argentina na vanguarda da América Latina, introduzindo uma melhoria significativa nas capacidades defensivas e do domínio do ar. Essa inovação tecnológica pode mudar as regras de combate aéreo na região, alinhando a Argentina com padrões avançados de aviação militar global.

F-16 da FAA já pintado com a Have Glass V e as insígnias argentinas


Nota DefesaNet

O conceito Stealth ou Discreto busca reduzir a reflexão radárica da aeronave. Trata-se da chamada Radar Cross Section (RCS)  ou Área de Reflexão Radárica. Quanto maior a RCS mais fácil para o radar inimigo localizar o alvo e a uma distância maior com uma energia do radar menor.

No ano de 2023 a pintura original Have Glass Fase I/II tinha uma redução estimada do RCS de um F-16 cerca de 15%, mas ainda em desenvolvimento, poderia ter melhores resultados

O que ocorreu com a HAVE GLASS V Fase V que proporciona uma significativa redução do RCS comparada às versões anteriores. É estimada uma redução de aproximadamente de 70% a 80% comparado aos 15% de redução na Fase I/II. Isto significaria que o RCS do F-16 poderia ser reduzida do padrão de 3 a 5m2 a 1,2m2 propiciando um ganho notável na capacidade stealth.

O F-16 tem dois pontos fracos na redução do RCS, que é a tomada de ar da turbina e o Leme vertical.

A carga de mísseis, bombas e tanques auxiliares degrada o RCS. Uma aeronave com 2 a 4  mísseis BVR – Beyond Visual Range (Além do Alcance Visual) AR-AR e tanques ejetáveis antes do contato, poderiam operar no modo passivo, radar desligado, recebendo via Data Link os dados. Atuariam como chacais lançando de um ângulo inesperado os mísseis BVR (alcance de 100 a 200km).

Algo similar aconteceu no recente conflito aéreo Paquistão x Índia onde as forças paquistanesas obtiveram vantagem expressiva frente à desatenção dos indianos.  

Um ponto importante é que o custo de aplicação e manutenção da pintura é elevado. Tanto que surge a lenda que as aeronaves stealth americanas, F-22, F-35 e B2  têm restrição de voo em condições atmosféricas de chuva. Pois gerariam um desgaste acelerado da camada stealth.  

As características do Caça Saab F-39 Gripen E/F incorporam uma série de características que reduzem o RCS junto com as dimensões reduzidas do caça.

O que se sabe é que a RAF achou o Gripen C muito difícil de detectar, e os pilotos tchecos com o Gripen C/D lutando como a Força Oponente (OPFOR) em exercícios da OTAN se saíram muito bem, mesmo sem o apoio do AWACS, já que podiam se aproximar furtivamente sem serem detectados.

O Editor

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