A Ucrânia só consegue sobreviver graças as unidades da defesa antiaérea.
Nelson During
Editor-Chefe DefesaNet
Desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, os ucranianos não tem tido um único dia de paz. Centenas de mísseis, bombas inteligentes e drones caem todos os dias nas principais cidades do país. Caos e destruição causam mortes de civis e afetam a infraestrutura energética, hospitais, bases militares e causam a destruição do parque industrial.
A Ucrânia só consegue sobreviver graças as unidades da defesa antiaérea, que tem realizado um trabalho árduo na neutralização das principais ameaças aéreas. Se as forças armadas não tivessem essa capacidade, hoje o país já estaria completamente destruído e as baixas de civis e militares seriam de dezenas de milhares, com a destruição completa da sua infraestrutura crítica e industrial, afetando a atividade econômica do país.
A necessidade de investimento numa defesa antiaérea capaz não somente de dissuadir um ataque de aviões de combate inimigos, mas também de proteger a população civil e as forças militares contra ameaças de mísseis e principalmente dos drones kamikazes e de ataque é estratégica e emergencial.
Overnight, russian invaders launched a massive missile attack on Ukraine, using 11 missiles and 539 strike UAVs. The main target of the attack was Kyiv.
— Defense of Ukraine (@DefenceU) July 4, 2025
Ukrainian air defenders destroyed 478 aerial targets:
– 268 Shahed-type and other UAVs were shot down, 208 were suppressed via… pic.twitter.com/YNKeTR2ocG
Nota DeesaNet – O massivo ataque aéreo russo na noite de 3/4 Julho 2025, com 550 drones e mísseis, porém não foi reportado de que as Defesas Ucranianas abateram 478 ameaças sendo:
– 268 drones Shahed e outros abatidos pela Defesa Antiaérea;
– 208 drones por Guerra Eletrônica, e,
– 2 Mísseis Iskander dos 11 lançados pela Defesa Antiaérea.
Mesmo com uma performance de 95,6 %, em geral, as imagens dos impactos em Kiev eram impressionantes.
Nunca antes na história militar a antiaérea foi tão importante. Vimos que o programa nuclear e a liderança do regime iraniano foram alvos fáceis para a força aérea isralense porque o Irã não tinha uma defesa antiárea moderna, eficaz e de fornecedor confiável. Da mesma forma, vimos os enxames de drones e mísseis balísticos lançados do Irã contra cidades israelenses. A tragédia só não foi maior para a população israelense graças a preparação das Forças de Defesa de Israel para conter esse tipo de ameaça.
O Brasil é um país pacífico, mas essa paz só vai continuar se ela for armada. A única forma de dissuasão é o poder militar, e isso só vai acontecer através da construção de capacidades militares, com tecnologias modernas e que tragam real poder de combate.
O Exército Brasileiro a fim de poder cumprir com seus objetivos estratégicos precisa urgentemente investir em modernidade a fim de estar apto aos desafios operacionais da guerra do século XXI.
A necessidade de modernização da sua frota de veículos blindados e de artilharia é uma realidade que garante a projeção de poder no terreno e o sucesso das operações terrestres. Os modernos meios blindados da cavalaria e da artilharia que estão sendo adquiridos colocam a Força Terrestre no nível de exércitos do primeiro mundo. E isso precisa continuar.
Nesse sentido, a tropa e seus meios modernos precisam estar protegidos das novas ameaças, e elas virão primeiramente do céu.
A defesa antiaérea nunca foi tão importante e necessária, ela garante a segurança e a liberdade de operações da Força Terrestre, sendo estratégica para o cumprimento de qualquer missão na paz ou na guerra.
Além disso, a defesa antiárea é dual, e pode e deve ser empregada sempre quando for necessária para a segurança de eventos internacionais e principalmente na proteção de infraestruturas críticas, como a usina hidrelétrica de Itaipu, a usina nuclear de Angra dos Reis, o Centro Industrial Nuclear da Marinha de Aramar e na defesa da Esplanada dos Ministérios em Brasília, assim como de importantes Portos e Aeroportos e centros de produção de combustível, parques industriais e hubs logísticos que mantém o funcionamento da atividade econômica e a vida do país.
E aqui não estamos falando de uma defesa antiárea de muito curto alcance (VSHORAD), mas de sistema de média altura e alcance de engajamento a partir de 40km, capaz de engajar e destruir ameaças a distâncias seguras, além do campo visual e do perímetro defensivo.
Sistemas antiaéreos são compostos por modernos radares capazes de detectar e classificar as ameaças e guiar mísseis supersônicos de alta precisão, que precisam ser capazes de manobrar e destruir outros mísseis e todo o espectro de ameaças aéreas.
Precisamos urgentemente adquirir um sistema consagrado, testado e utilizado por forças armadas de primeiro mundo, a fim de proporcionar a criação de uma capacidade militar e de sua doutrina de operação. Precisamos começar e essa é a hora. A antiárea de média altura no contexto das operações terrestres é uma capacidade extremamente necessária nos dias atuais.
Uma aquisição Governo/Governo com um país parceiro estratégico e de confiança poderia agilizar o processo de obtenção além de auxiliar na formação de pessoal especializado e treinamento necessário ao emprego pleno e eficaz do sistema de armas.





















