A Coreia do Sul se negou nesta terça-feira a reconhecer a decisão da Coreia do Norte de denunciar unilateralmente o armistício alcançado há 60 anos pelos dois países e exigiu que Pyongyang encerre a nova retórica belicista.
A Coreia do Norte anunciou na semana passada a intenção de denunciar o armistício e outros pactos bilaterais assinados com Seul, caso Coreia do Sul e Estados Unidos prosseguissem com os exercícios militares anuais. Os exercícios militares começaram na segunda-feira.
"A denúncia unilateral ou o cancelamento do acordo de armistício não estão previstos em seus próprios dispositivos nem no direito internacional", afirmou à imprensa o porta-voz do ministério sul-coreano das Relações Exteriores, Cho Tai-Young. "Pedimos a Coreia do Norte que retire as ameaças contra a estabilidade e a paz na península da Coreia e na região", disse o porta-voz.
O dirigente norte-coreano Kim Jong-Un escolheu uma pequena ilha sul-coreana, próxima da fronteira marítima entre os dois países, como primeiro alvo no caso de conflito, informou a imprensa estatal. A ilha de Baengnyeong será o primeiro alvo do exército norte-coreano, anunciou Kim, durante uma visita aos quartéis militares próximos da fronteira, na segunda-feira.
Nos últimos dias, a Coreia do Norte ameaçou com uma "guerra termonuclear", advertiu o governo dos Estados Unidos que estava exposto a um "ataque nuclear preventivo" e denunciou o armistício que acabou com a Guerra da Coreia em 1953.
A tensão entre os dois países aumentou em dezembro, quando o Norte testou um foguete considerado por Seul e seus aliados como um míssil balístico, seguido de um terceiro teste nuclear em fevereiro e de novas sanções aprovadas na sexta-feira passada pelo Conselho de Segurança da ONU.