Guaidó diz a jornal que provavelmente aceitaria proposta de intervenção militar dos EUA

O líder da oposição da Venezuela, Juan Guaidó, disse nesta sexta-feira que está disposto a aceitar uma intervenção militar dos Estados Unidos para ajudar a resolver a situação de emergência política no país.

“Se os americanos propusessem uma intervenção militar, eu provavelmente aceitaria”, disse Guaidó em uma entrevista ao jornal italiano La Stampa.

Dois parlamentares venezuelanos buscaram refúgio em embaixadas estrangeiras em Caracas na quinta-feira, à medida que o governo do presidente Nicolás Maduro repreendeu aliados de Guaidó que o apoiaram em uma tentativa de levante na semana passada.

Parlamentares da Venezuela buscam refúgio em embaixadas após repressão a aliados de Guaidó

Dois parlamentares venezuelanos buscaram refúgio em embaixadas de Caracas na quinta-feira, quando o governo do presidente Nicolás Maduro reprimiu aliados do líder opositor Juan Guaidó que apoiaram uma tentativa de levante na semana passada.

O ex-chefe do serviço estatal de inteligência, Manuel Cristopher, a autoridade mais graduada do governo Maduro a desertar durante o levante, também se manifestou pela primeira vez na quinta-feira, exortando os venezuelanos a “construírem um novo Estado” e combaterem a corrupção.

As ações ocorreram um dia depois de as autoridades prenderem Edgar Zambrano, vice-presidente da Assembleia Nacional, controlada pela oposição.

Richard Blanco, do partido Aliança dos Corajosos, entrou na embaixada da Argentina na quinta-feira, segundo uma fonte do Ministério das Relações Exteriores argentino e uma testemunha da Reuters, e Americo De Grazia, do partido Causa Radical, buscou refúgio na embaixada da Itália, segundo três fontes próximas dele.

Blanco, Zambrano e De Grazia estão entre os 10 parlamentares que a Suprema Corte despojou da imunidade parlamentar nesta semana, argumentando que eles deveriam ser investigados por crimes como conspiração, rebelião e traição. Marianella Magallanes, outra parlamentar, se refugiou na embaixada italiana na quarta-feira.

A oposição não reconhece as decisões da Suprema Corte, dizendo que Maduro a aparelhou com seus apoiadores. O governo dos Estados Unidos ameaçou impor sanções a todos os membros do tribunal.

O Ministério da Informação da Venezuela, a embaixada da Argentina em Caracas e a embaixada da Itália em Caracas não responderam a pedidos de comentário.

“Ele (Blanco) está lá como convidado; podemos confirmar isso”, disse um funcionário da chancelaria argentina falando sob condição de anonimato.

Guaidó invocou a Constituição para assumir uma presidência interina em janeiro, argumentando que a reeleição de Maduro em 2018 foi ilegítima. Cerca de 50 países, incluindo EUA e grande parte da América Latina, o reconheceram como o líder legítimo do país.

Até agora o governo Maduro evitou prender Guaidó, o que provavelmente provocaria uma reação internacional forte, mas as medidas recentes sugerem que o Partido Socialista governista tenta isolá-lo perseguindo aliados políticos importantes.

Venezuela reabre fronteira com Brasil e Aruba, diz ministro

A Venezuela vai reabrir suas fronteiras com o Brasil e a ilha caribenha de Aruba, disse o ministro da Economia, Tareck El Aissami, nesta sexta-feira.

O governo do presidente Nicolás Maduro fechou essas fronteiras em fevereiro em meio à campanha da oposição para trazer ajuda humanitária para o país.

 

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