S-300VM -Militares brasileiros trabalham com hipótese de bateria antiaérea na fronteira com RR

Igor Gielow

São Paulo

 

A cúpula militar brasileira trabalha com a hipótese de que o ditador Nicolás Maduro tenha estacionado uma de suas baterias do sistema antiaéreo russo S-300VM em Santa Elena de Uairén, a cerca de 10 km da fronteira brasileira em Pacaraima (RR).

 

O Palácio do Planalto disse que tal posicionamento não está confirmado, o que é natural para não elevar a tensão.

 

Ao longo do dia, a partir de uma publicação do site especializado Defesanet, pipocaram relatos de que o S-300 teria ativado seus potentes radares, capazes de captar alvos num raio de até 250 km.

 

Ou seja, expondo qualquer avião da fronteira em Pacaraima até Boa Vista, neutralizando assim a unidade da Força Aérea Brasileira na região.

Segundo a Folha apurou, reunião do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas avaliou a possibilidade, sendo conclusiva apenas sobre a possibilidade de a bateria estar lá —acionar radar significa transformar-se em alvo e, pior, pode configurar um ato de agressão ou ameaça.

Do ponto de vista de enfrentamento, apesar da tensão, não há disposição de militares brasileiros para tanto.

O problema maior é na fronteira entre Colômbia, outro aliado dos EUA e do Brasil na disputa contra Maduro, e a Venezuela. Ali operam aviões e militares norte-americanos.

Na fronteira com Roraima, risco maior é um cenário sombrio: o de alguma operação inadvertida por parte dos venezuelanos de seus sistemas antiaéreos, colocando em mira aviões comerciais.

Nesta semana, a Venezuela fechou uma faixa de espaço aéreo entre sua costa e a ilha de Curaçao, um dos pontos sugeridos de entrada de ajuda humanitária dos EUA.

 

Assim, aviões comerciais, como os que voam com turistas que vão visitar os parques de diversão de Orlando, circundam então o país.

Em 2014, 298 pessoas morreram quando um Boeing-777 foi abatido sobre territórios separatistas pró-Moscou na Ucrânia. A culpa ainda é discutida, mas a arma foi um lançador russo Buk-M2, que a Venezuela também opera.

Crise na fronteira em Pacaraima

O país o combina com canhões de curto alcance ZSU-23, mísseis lançados do ombro de soldados Igla-S e o formidável S-300VM.

Há duas baterias, oficialmente, do modelo no país, cada uma com 12 lançadores.

 

Elas podem rastrear até 64 alvos a 250 km. Os mísseis comprados por Caracas em 2013 podem atingir 12 aeronaves ao mesmo tempo, de 120 km a 250 km de distância.

Não há nenhum tipo de míssil na região que possa atingir alvos em solo, seja brasileiro ou venezuelano.

Em Boa Vista, o Brasil opera cerca de 20 aviões de ataque leve Super Tucano, ideais para ações na área amazônica, e mantém talvez 700 militares.

Em caso de escalada das escaramuças na fronteira, um dos planos de mobilização do Exército prevê o deslocamento de uma brigada mecanizada, com proteção blindada e grupamento de defesa antiaérea, para a região.

É operação complexa que implica transporte de tropas de vários locais. E, neste momento, apenas uma hipótese.

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