Venezuela vendeu 73 toneladas de ouro no ano passado sem respeitar regras, diz parlamentar

O governo do autocrata da Venezuela, Nicolás Maduro, vendeu 73 toneladas de ouro aos Emirados Árabes Unidos e à Turquia no ano passado sem respeitar os regulamentos, disse o parlamentar da oposição Carlos Paparoni nesta quarta-feira.

O governo Maduro também não tem sido capaz de fazer transferências entre suas contas em bancos da União Europeia desde segunda-feira, disse Paparoni. O Ministério de Informação da Venezuela não respondeu de imediato a pedido por comentário.

Transferência de fundos venezuelanos é bloqueada, diz parlamentar da oposição

m banco português bloqueou uma tentativa da Venezuela de transferir 1,2 bilhão de dólares para o Uruguai, disse um parlamentar venezuelano nesta terça-feira, conforme a oposição ao presidente Nicolás Maduro advertia sobre um possível roubo de fundos públicos e os Estados Unidos enviavam alimentos e medicamentos à fronteira entre a Venezuela e a Colômbia.

A pressão para o socialista Maduro renunciar está aumentando, em meio a uma crise econômica marcada pela ampla escassez de produtos e pela hiperinflação, com os Estados Unidos e um número crescente de outros países reconhecendo o líder da oposição Juan Guaidó como o presidente legítimo do Venezuela.

A Rússia, que ao lado da China tem apoiado Maduro, reiterou sua visão de que a crise pode ser solucionada apenas com negociações entre o governo e a oposição.

Guaidó, que se autoproclamou presidente interino no mês passado, deveria se reunir ainda nesta terça-feira com líderes empresariais na principal federação empresarial da Venezuela, o Fedecámaras, para discutir um plano de recuperação econômica a ser implementado durante um futuro governo de transição no país membro da Opep.

Adversários de Maduro têm advertido que autoridades venezuelanas estão tentando esvaziar os cofres públicos antes de uma possível mudança no governo.

A instituição portuguesa Novo Banco suspendeu uma transferência de 1,2 bilhão de dólares de ativos financeiros do governo venezuelano a bancos uruguaios, disse o parlamentar Carlos Paparoni durante sessão no Congresso, um dia depois de Guaidó ter dito que autoridades estavam tentando transferir recursos financeiros.  

“Estou satisfeito em informar ao povo venezuelano que essa transação foi, até agora, interrompida, protegendo os recursos de todos os venezuelanos”, disse Paparoni.

O Ministério de Informação da Venezuela, que lida com todas as perguntas da mídia, não respondeu de imediato a pedido por comentário.

O Novo Banco, do qual 75 por cento é propriedade do fundo de investimento norte-americano Lone Star Funds, não respondeu de imediato a pedido por comentário.

Importantes países europeus, incluindo o Reino Unido, a Alemanha, a França e a Espanha se juntaram aos Estados Unidos na segunda-feira, reconhecendo Guaidó como presidente da Venezuela, enquanto membros de um outro bloco regional, o Grupo de Lima, mantiveram a pressão política sobre Maduro.

Caminhões carregando fornecimentos de alimentos e medicamentos enviados pelos Estados Unidos, para serem armazenados até que possam ser levados à Venezuela, chegarão ainda nesta semana a pedido de Guaidó e serão levados à principal passagem de fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, Cúcúta, disseram autoridades dos EUA com conhecimento do plano.

Não ficou claro como os suprimentos entrarão na Venezuela sem a aprovação de Maduro e a cooperação das Forças Armadas venezuelanas, que têm permanecido fiéis ao governo e que patrulham o lado venezuelano da fronteira.

Guaidó indica advogada para representar Venezuela no Brasil

O autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, apontou a advogada e professora María Teresa Belandria para ser sua representante diplomática no Brasil.

Belandria, especialista em direito econômico internacional, é professora da Universidade Central da Venezuela e coordenadora do partido de oposição Vente Venezuela, da líder oposicionista María Corina Machado.

Guaidó já havia indicado, na semana passada, representantes diplomáticos para os Estados Unidos, Colômbia e Argentina, entre outros países da região, mas ainda não havia nomes para o Brasil. Hoje, além de Belandria, foram indicados nomes para Guatemala e Paraguai.

Em sua conta no Twitter, a professora se disse honrada pela indicação e pela aprovação de seu nome pela Assembleia Nacional – a Casa, dominada pela oposição e chefiada por Guaidó, funciona como Congresso do chamado governo interino.

“Honrada pela designação que me conferiu o presidente Juan Guaidó como representante ante a República Federativa do Brasil. Agradecida pela aprovação da Assembleia Nacional. Um compromisso que assumo em defesa dos nossos interesses e da liberdade”, escreveu.

O governo de Nicolás Maduro ainda mantém a embaixada aberta em Brasília, mas sem embaixador desde dezembro de 2017. Na mesma época, ainda no governo de Michel Temer, o Brasil também retirou seu embaixador em Caracas. As suas embaixadas funcionam desde então com seus encarregados de negócios.

Rússia apoia conversações entre Maduro e oposição da Venezuela, diz agência RIA

O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse nesta terça-feira que a crise na Venezuela só poderá ser resolvida se autoridades do governo de Nicolás Maduro e a oposição conversarem diretamente, informou a agência de notícias RIA.

Na segunda-feira, os principais países europeus se uniram aos Estados Unidos ao reconhecerem o líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, aumentando o aspecto global da crise que envolve o regime socialista de Maduro, que tem o apoio de Moscou.

“Continuamos a acreditar que a única maneira de sair desta crise é sentar o governo e a oposição na mesa de negociações”, disse Lavrov, segundo a RIA. “Caso contrário, será simplesmente a mesma mudança de regime que o Ocidente fez muitas vezes.

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