VANTS – Entregas da Amazon são atrasadas por anos


Bloomberg


É melhor esperar sentado até que um drone entregue aquela encomenda da Amazon.com Inc. ou aquela pizza de pepperoni grande da sua pizzaria favorita para o jantar.

A primeira tentativa do governo dos EUA de uma aprovação generalizada do uso de pequenas aeronaves não tripuladas poderia mudar a forma como as atividades empresariais de todos os dias são realizadas, como por exemplo as inspeções de pontes.

A atividade pode produzir pelo menos US$ 100 milhões em benefícios econômicos, segundo uma análise da administração do presidente Barack Obama.

O que a FAA (Federal Administration Agency) não permitirá é o tipo de voo autônomo vislumbrado por empresas como Amazon.com Inc., Google Inc. e Alibaba Group Holding Ltd. Pelo menos por enquanto. Mesmo o uso inicial dos equipamentos está a pelo menos dois anos de distância.

“Esta não é a palavra final, de jeito nenhum”, disse Michael Huerta, chefe da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês), a repórteres, em uma teleconferência, no domingo, de Washington.

Por enquanto, a FAA concluiu que os drones pequenos de aluguel precisam voar ao alcance da vista de um operador e longe das multidões, por motivos de segurança.

Essas restrições não apenas impedirão o Prime Air, da Amazon, de fazer entregas com drones. Elas podem limitar outros usos que as empresas estão aguardando, como as inspeções de encanamentos a longa distância e fotografias de eventos públicos por empresas de mídia, segundo Patrick Egan, editor do site informativo suasnews.com, que participou do comitê do setor que assessorou a FAA na proposta da regra.

“A decisão é bastante limitante, mas nós precisamos abrir a porta em algum lugar”, disse Egan, em entrevista.

Mais estudos

A FAA identificou pelo menos quatro áreas nas quais as pequenas aeronaves não tripuladas podem ser vantajosas: fotografia, agricultura, segurança/busca e resgate e inspeção de estruturas, como pontes e torres de telecomunicações.

A Small UAV Coalition, que tem sede em Washington e representa a Amazon e o Google, disse que a proposta, apesar de bem-vinda, foi muito cautelosa em diversas frentes.

Permitir que os drones voem distâncias maiores usando sensores de vídeo e de outros tipos para se guiarem “é fundamental para liberar o poder de automação neste campo”, disse o grupo, em comunicado por e-mail.

A FAA também poderia dar às operadoras de drones mais liberdade para voarem sobre pessoas que não estão envolvidas na operação de voo, disse a entidade.

‘Primeiro passo’

A reguladora, outras agências de governo e associações do setor estão estudando novas tecnologias que poderão algum dia permitir uma maior liberdade para o voo das Amazon do mundo, disse Huerta.

Entre essas tecnologias estão a instalação de aparelhos para sentir outros drones ou obstruções para que as aeronaves não tripuladas possam evitar colisões, disse ele.

A agência também tem um processo para garantir isenções que permitem usos mais amplos se as empresas puderem mostrar que são seguros, disse ele.

“A FAA precisa começar e concluir prontamente o processo formal para atender as necessidades do nosso negócio e, em última análise, dos nossos clientes”, disse Paul Misener, vice-presidente de política pública global da Amazon, em comunicado enviado por e-mail.

“Estamos comprometidos a realizar nossa visão para o Prime Air e preparados para empregá-la onde temos o apoio regulatório que precisamos”.

As regras podem não estar concluídas até 2017 pelo menos, disse Gerald Dillingham, diretor de assuntos de infraestrutura física do Escritório de Responsabilidade Governamental dos EUA, ao Congresso, em uma audiência, em 10 de dezembro.

O deputado Rick Larsen, um democrata de Washington que é o principal membro de seu partido no subcomitê de aviação da Câmara, defendeu a abordagem da FAA.

“Dada a magnitude das implicações de segurança, nós precisamos dar crédito à FAA para que proceda com cautela”, disse Larsen, em um comunicado enviado por e-mail.

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