Índios protestam em Altamira, PA, contra construção de Belo Monte

Cerca de 300 indígenas e ambientalistas protestaram na manhã desta sexta-feira (15) contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, PA. A manifestação ocorreu a cerca de 50 quilômetros da sede do município, na área conhecida como ensecadeira, uma espécie de barragem de terra erguida no rio Xingu pelo Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM).

Os índios usaram picaretas para abrir valas na ensecadeira, fazendo o rio fluir através da obra, que ainda está incompleta. Eles também plantaram mudas de açaizeiro no local e fixaram cruzes e equipamentos agrícolas, como enxadas e pás, para simbolizar o descontentamento das comunidades indígenas e ribeirinhas da região com a construção da usina.

Os manifestantes permanecem no local. O Consórcio Construtor de Belo Monte informou que não vai se pronunciar sobre a ocupação da ensecadeira, mas disse que o protesto não afetou a continuidade da obra, já que os canteiros de Belo Monte ficam a cerca de um quilômetro do local onde estão os manifestantes.

Entenda o caso
A Usina Hidrelétroca de Belo Monte está sendo construída no rio Xingu, em Altamira, no sudoeste do Pará, com um custo previsto de R$ 19 bilhões. O projeto tem grande oposição de ambientalistas, que consideram que os impactos para o meio ambiente e para as comunidades tradicionais da região, como indígenas e ribeirinhos, será irreversível.

A obra também enfrenta críticas do Ministério Público Federal do Pará, que alega que as compensações ofertadas para os afetados pela obra não estão sendo feitas de forma devida, o que pode gerar um problema social na região do Xingu.

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