ONU alerta sobre aliança entre Boko Haram e EI

O Conselho de Segurança da ONU afirmou, nesta sexta-feira, estar alarmado com a aliança que está sendo feita entre Boko Haram e Estado Islâmico e deu seu apoio por trás da cúpula nigeriana para enfrentar a ameaça.

Os 15 membros do conselho disseram em uma declaração que saudavam o presidente Muhammadu Buhari por sua "iniciativa fundamental" para realizar a cúpula no sábado, que terá a presença de líderes regionais e do presidente francês François Hollande.

A declaração do conselho foi elaborada pelos Estados Unidos como uma demonstração de apoio a Buhari na véspera da reunião.

A cúpula pretende ajudar a desenvolver "uma estratégia abrangente para abordar as dimensões do governo, segurança, desenvolvimento, aspecto sócio-econômico e humanitária da crise," afirmou o conselho em declaração.

O conselho expressou que "tem que ficar alerta a respeito das ligações entre Boko Haram e Estado Islâmico" e falou que é "profundamente preocupante que as atividades do Boko Haram continuem a prejudicar a paz e a estabilidade das regiões oeste e central da África".

Boko Haram prometeu se aliar ao EI no ano passado e os nigerianos foram supostamente lutar na Líbia sem lei, assim como criar laços com grupos ligados a Al-Qaeda na extensa Sahel.

O secretário adjunto do Estado americano Antony Blinken e o secretário do Exterior britânico Philip Hammond estão entre os dignitários estrangeiros esperados em Abuja no sábado.

O conselho renovou seu apelo para que os países da região como Camarões, Chade e Nigéria se juntem em uma força-tarefa multinacional para "reforçar a cooperação e coordenação militar da região" a fim de acabar com o Boko Haram.

Isso demanda que o Boko Haram "cesse imediatamente e inequivocamente toda a violência e abuso aos direitos humanos" e "liberte todos os sequestrados" incluindo as 219 estudantes sequestradas em Chibok, Nigéria em abril de 2014.

Boko Haram foi chamado no último Índice de Terrorismo Global de "o grupo terrorista mais mortal no mundo" em 2014. Pelo que se pode estimar, 20.000 pessoas já foram mortas desde 2009.
 

Estado Islâmico tenta impedir saída de civis de Fallujah, no Iraque

O grupo Estado Islâmico (EI) recorre a franco-atiradores para impedir que os civis abandonem a cidade iraquiana de Fallujah, sitiada pelas forças de Bagdá – afirmou um porta-voz militar americano nesta sexta-feira.

Os extremistas dispõem de franco-atiradores para cobrir os corredores de evacuação formados pelas forças iraquianas "para matar as pessoas, quando tentam partir". Por esse motivo, os corredores são cada vez menos utilizados, disse o coronel Steve Warren, em videoconferência de Bagdá.

Sob estrito controle do EI desde janeiro de 2014, Fallujah – na província sunita de Al-Anbar, cerca de 50 km de Bagdá – sofre com a forte escassez de alimento e de remédios.

As forças do governo cercam a cidade quase totalmente e avançam no terreno pouco a pouco, disse Warren, citando um avanço de "350 metros" na quinta-feira.

Paulatinamente, os extremistas perdem terreno no Iraque, mas continuam lançando ataques, de modo regular, contra a população civil e contra as forças de segurança nas zonas sob controle do governo.

Pelo menos 16 pessoas morreram em ataques reivindicados pelo EI contra um café e, depois, contra as forças de segurança na cidade de Balad, ao norte de Bagdá, disseram autoridades locais nesta sexta-feira.

Segundo o coronel Warren, quase metade das forças iraquianas está mobilizada na defesa de Bagdá.
 

Hezbollah acusa extremistas islâmicos pela morte de comandante

O movimento xiita libanês Hezbollah acusou neste sábado os extremistas islâmicos sírios pela morte, na Síria, de seu comandante militar Mustafah Badreddine, ao mesmo tempo que prometeu seguir lutando para defender o regime do presidente Bashar al-Assad.

Nenhum grupo rebelde ou jihadista, que o Hezbollah combate há vários anos ao lado das tropas sírias, reivindicou o ataque de sexta-feira que provocou a morte de Badreddine.

Mustafah Badreddine é o dirigente do Hezbollah mais importante morto desde o assassinato em fevereiro de 2008, em Damasco, de seu antecessor Imad Mughniyeh.

"Nossa investigação provou que a explosão em um de nossos postos nas proximidades do aeroporto internacional de Damasco, que matou o irmão comandante Mustafah Badreddine, foi provocada por um bombardeio de artilharia dos grupos takfiris presentes na região", afirma um comunicado divulgado pelo Hezbollah.

O regime de Assad e o Hezbollah designam como "takfiris" (literalmente os que acusam outros muçulmanos de apostasia) os grupos jihadistas ou islamitas radicais sunitas envolvidos na guerra na Síria.

O Hezbollah, no entanto, não indicou o nome de nenhum grupo entre as organizações armadas sunitas presentes no país em guerra.

A zona do aeroporto de Damasco, onde, segundo o Hezbollah, aconteceu o bombardeio, está sob controle do exército sírio, com uma forte presença de combatentes do partido e dos aliados iranianos. A primeira posição rebelde fica a sete quilômetros, na Guta oriental.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) afirmou que nenhum disparo de artilharia foi registrado nas últimas 72 horas a partir da Guta contra a zona do aeroporto.

"Os resultados da investigação reforçarão nossa determinação e nossa vontade de prosseguir com o combate contra estes grupos criminosos e para derrotá-los. Era o desejo e a esperança de nosso querido mártir", completa o comunicado do Hezbollah, divulgado mais de 24 horas do anúncio da morte de Badreddine.

O movimento xiita, que travou uma guerra contra Israel em 2006, acusa com frequência o país pelo assassinato de seus líderes, mas desta vez não apontou para o Estado hebreu.

O Hezbollah é inimigo de Israel e considerado uma "organização terrorista" pelos Estados Unidos. O grupo virou alvo dos insurgentes e jihadistas desde sua entrada na guerra da Síria para apoiar as tropas do regime.

De acordo com uma fonte das forças de segurança da Síria, a explosão aconteceu na quinta-feira à noite em uma área próxima ao aeroporto de Damasco.

Badreddine, de 55 anos, estava no comando das operações de seu movimento na Síria, um país em guerra há cinco anos entre as tropas do regime, os rebeldes e os jihadistas.

Ele também era um dos cinco acusados dentro do movimento xiita pela organização do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, morto em um atentado em Beirute em 2005. Além disso, foi alvo de sanções do Tesouro dos Estados Unidos.

Badreddine substituiu no cargo de comandante militar Imad Moughniyeh, que era procurado pela Interpol e pelo governo dos Estados Unidos por uma série de atentados e sequestros.

Badreddine foi enterrado ao sul de Beirute, reduto tradicional do Hezbollah, ao lado de seu antecessor.

 

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