CHILE – Atentado no Metrô

A explosão de uma bomba em um restaurante localizado em uma galeria de compras ligada à estação de metrô Escuela Militar, na capital chilena Santiago, feriu 14 pessoas nesta segunda-feira (8).

"Às 14h um artefato explosivo foi detonado no centro (mini-shopping center) ao lado da estação de metrô, e no momento as investigações estão sendo feitas para determinar a origem", afirmou Mario Rozas, chefe de comunicação da polícia.

Até a noite de segunda o número de feridos pelo atentado era de 14 segundo informes de Ministério do Interior.

Destas, sete sofreram trauma acústico, três tiveram fraturas, outras três esperam diagnóstico e o caso mais grave foi a trabalhadora de limpeza que perdeu um dedo.
 
Nenhum dos feridos apresentava risco de vida na noite de segunda. Entre os atingidos estava um cidadão venezuelano
 
O Governo diz que o ataque "tem todas as marcas de um ato terrorista"

"Este é um feito que tem todas as marcas de um ato terrorista", disse Alvaro Elizalde, ministro e porta-voz do governo. "Não há dúvidas. [O ataque] foi conduzido com a intenção de ferir pessoas inocentes", afirmou.

O governo deve acionar leis antiterrorismo – que garantem mais poderes aos promotores e permitem sentenças mais severas – disse Elizalde.

O ministro do Interior, Mahmud Aleuy, informou que a polícia acreditava que dois suspeitos armaram o dispositivo explosivo e fugiram em um carro. Até o momento nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque.

O metrô opera normalmente após a explosão, embora a estação Escuela Militar estivesse fechada.

Como medida de segurança todas as latas de lixo foram retiradas do metro de Santiago.

Correria

"Eu estava almoçando, ouvi o barulho e saímos para ver e vimos muita fumaça, pessoas correndo e gritando", disse Joanna Magneti, que trabalha no shopping center. "Um rapaz estava gravemente ferido e uma mulher tinha ferimentos na mão", afirmou.

Outra testemunha disse a um jornal local que ouviu "um barulho muito forte. Um pedaço de concreto caiu em cima de uma senhora. Disseram que muitas pessoas estavam caídas no chão".

Golpe de 1973

O Chile relembra nesta semana o 41º aniversário do golpe militar de 1973, que, com a ajuda do governo dos Estados Unidos, removeu do poder o presidente socialista Salvador Allende. Tradicionalmente a data é marcada por protestos.

Uma série de artefatos explosivos já foi instalada perto de bancos e delegacias de polícia nos últimos anos. Em um dos casos um membro de um grupo de anarquista foi morto e outro ficou ferido quando os dois tentavam acionar o dispositivo.

Em julho um artefato incendiário explodiu em um trem subterrâneo sem que ninguém ficasse ferido.
 
Semanas atrás, a capital chilena foi cenário de uma série de atentados com explosivosem distintos pontos de Santiago, perpetrados por un grupo de anarquistas que reclaman a libertação de dois de seus líderes, Francisco Solar e Mónica Caballero, detidos na Espanha no  ano passado.

Nesta ocasião, ocorreram explosões na estação de metro Los Domínicos e na histórica igreja Santa Ana, entre outros lugares, todos eles em pleno centro de Santiago.

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