Veículo hipersônico chegará a qualquer ponto do planeta em uma hora

Raúl Sánchez-Azuara

A Agência de Pesquisas de Projetos Avançados de Defesa (DARPA), encarregada do desenvolvimento de nova tecnologia militar, anunciou recentemente a construção, para o ano de 2016, de um avião hipersônico extremo, capaz de alcançar até Mach 20 (20 vezes a velocidade do som ou 21 mil quilômetros por hora). Esta velocidade seria suficiente para viajar a qualquer lugar do planeta em pouco menos de uma hora.

Até o momento, a DARPA já realizou dois voos de prova de protótipos do Veículo de Tecnologia Hipersônica Falcon 2 (HTV2). O último teste foi em 11 de agosto de 2011, quando o Falcon 2 alcançou Mach 20, mas só foi capaz de se manter no ar por nove minutos.

À velocidade Mach 20 os sistemas de proteção térmica e os materiais utilizados para revestir a nave são essenciais, pois o revestimento de qualquer veículo que viaje na atmosfera terrestre a 21 mil quilômetros por hora alcança 2 mil graus Celsius, o suficiente para derreter o aço.

As velocidades extremas permitem apenas um controle limitado no manejo do veículo. Por isto, os engenheiros devem analisar a tecnologia de uma maneira completamente diferente, pois precisam considerar aspectos de aerodinâmica, térmicos, de navegação e controle do equipamento. Esta aeronave, que pertence à mais nova geração de Stealths, iniciará seu voo a partir de um avião-tanque, de forma semelhante à utilizada no lançamento das naves espaciais.

Com a construção deste veículo hipersônico, o Departamento de Defesa dos EUA, em um esforço conjunto com a DARPA e a Força Aérea norte-americana, está tentando desenvolver uma tecnologia capaz de responder a ameaças provenientes de qualquer parte do planeta a velocidades de Mach 20 ou superiores. Um projétil voando na atmosfera poderá ser mais difícil de interceptar do que um lançado do espaço por um foguete, explicou a agência.

Para desenvolver um intercâmbio de informações sobre as descobertas prévias nesta tecnologia, a DARPA fixou o dia 14 de agosto de 2012 para receber propostas de agências que tenham conhecimentos sobre a matéria e, assim, definir as áreas técnicas onde há necessidade de maiores pesquisas tecnológicas para depois integrá-las a este novo projeto.

“Ao ampliar o alcance das pesquisas e contar com a participação de uma comunidade maior que compartilhe nossos esforços, temos a oportunidade de marcar o início de uma nova era de voo com maior rapidez e, ao fazê-lo, desenvolver uma nova capacidade para a segurança nacional”, comentou o major da Força Aérea dos EUA Christopher Schulz, administrador de programas da DARPA.

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