Projeto do Governo Federal e do Ministério de Desenvolvimento Regional pretende fortalecer o setor de TIC no país

Um estudo feito pela Singularity University, universidade que fica dentro de uma base da NASA, no Vale do Silício, fez previsões para os próximos 20 anos. De acordo com o levantamento, a tecnologia transformará ainda mais o cotidiano das pessoas: os robôs eliminarão trabalhos manuais ou atividades repetitivas; haverá veículos autônomos, veículos de decolagem e aterrisagem vertical; a energia solar e eólica representarão 100% do consumo mundial; haverá agricultura vertical nas cidades, entre outras coisas.

Nesse contexto, profissões novas surgirão, mas muitas outras deixarão de existir. O Setor de T. I., no entanto, é um dos que têm se mostrado resistentes em comparação com o restante da economia, justamente por estar ligado às novas tecnologias. Segundo um levantamento feito pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro – PR) juntamente com o Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o emprego no ramo de T. I., no Brasil, no período de abril de 2018 a março de 2019, apresentou crescimento de 7%, enquanto que, no total da economia, essa taxa revelou aumento de apenas 0,8%, quase oito vezes menor.

Apesar disso, o país ainda está longe dos principais exportadores de serviços de TIC. Em 2017, a taxa de participação da Irlanda nas exportações de serviços de TIC era 16% contra 1% de toda a América do Sul. Além disso, apenas cinco estados brasileiros concentram 97% das exportações de serviços de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação): SP, PR, RS, RJ E MG.

Diante desse quadro, foi criado o projeto Rota da TIC, que faz parte do programa Rotas de Integração Nacional, iniciativa do Governo Federal e do MDR (Ministério de Desenvolvimento Regional). O programa faz parte da PNDR (Política Nacional de Desenvolvimento Regional).

André Rafael Costa e Silva, Coordenador do Rota da TIC, diz que o objetivo principal do projeto é promover a inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável das Regiões brasileiras, por meio do fortalecimento dos arranjos produtivos do setor de TIC.

Foram escolhidos 4 Polos Prioritários de atuação: Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal; Paraíba; Paraná; e Região Metropolitana de Recife. De acordo com o coordenador, essas áreas foram escolhidas como prioridade devido aos APLs (Arranjos Produtivos Locais) de TIC, constantes nas Regiões prioritárias para as Políticas Nacionais de Desenvolvimento Regional (PNDR) e de Desenvolvimento Urbano (PNDU): “No caso do Paraná, em razão da parte do território que está na faixa de fronteira. No caso da RIDE-DF, por causa do papel do Ministério de Desenvolvimento Regional no conselho administrativo dessa região. No caso da Paraíba, em razão de Campina Grande estar na região do semiárido. E da Região Metropolitana de Recife, por estar inserida no contexto do Nordeste e da Amazônia Azul”, afirma.

A Assespro é um dos parceiros técnicos no projeto ao lado da Softex, Embrapii e Nic.BR. No Paraná, a Assespro-PR está atuando com o MDR e com o Governo do Estado do Paraná no mapeamento das principais empresas e instituições do estado que podem contribuir para construção e sustentação de uma estratégia de ação compartilhada para o setor de TIC.

André Rafael conta que, no início, a ideia era operar apenas em Foz do Iguaçu, mas isso mudou e o projeto será ampliado. Segundo ele, a Assespro-PR mostrou o trabalho ímpar que vem sendo realizado na esfera da governança integrada dos 6 APLs de TIC do Paraná.

Além disso, a Associação paranaense também tem influenciado o trabalho nas outras Regiões do país: “Estudos fornecidos pela Assespro-PR, bem como a experiência da governança integrada, estão servindo como benchmarking para implantação da Rota da TIC nas demais Regiões do país”, afirma André.

Por isso, segundo o Coordenador, a parceria tem sido muito positiva: “A atuação em conjunto com a Assespro-PR é estratégica para o MDR, tanto no sentido de fortalecer os APLs do Paraná, quanto para difusão de boas práticas para as demais regiões do país”, conclui.

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