Brasil e Colômbia definem agenda para cooperação bilateral

Brasil e Colômbia firmaram uma agenda de trabalho para avançar na cooperação bilateral, na última segunda-feira (10), no Palácio Itamaraty, em Brasília (DF)

Na 1ª Reunião da Comissão Mista Brasil Colômbia em Ciência, Tecnologia e Inovação, as delegações dos dois países concordaram em realizar atividades em três áreas científicas consideradas estratégicas para ambas as nações.

São elas: aproveitamento sustentável da biodiversidade da Amazônia, energia renovável (biocombustíveis e biorrefinarias) e cooperação geoespacial. Somam-se aos temas ações pela mobilidade acadêmica e formação de pessoal de nível superior e a troca de experiências no campo institucional sobre instrumentos de apoio e de financiamento à pesquisa e à inovação.

O documento foi assinado pelo secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Armando Milioni, e pela diretora-geral do Departamento Administrativo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Colômbia (Colciencias), Yaneth Giha.

As linhas de ação e projetos deverão ser definidos até 15 de dezembro e aplicados durante o biênio 2015-2016, até a realização da segunda reunião da comissão. As partes acordaram, ainda, em promover uma reunião bilateral de avaliação das ações adotadas ou em curso no último bimestre de 2015.

Investimento

Representantes dos dois países definiram também que as iniciativas e os programas serão financiados de forma compartilhada.

Os trabalhos serão acompanhados pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) e pelo MCTI, do lado brasileiro, e pelo Ministério das Relações Exteriores – por meio do Departamento Administrativo de Ciência, Tecnologia e Inovação (Colciencias) – e pela Agência Presidencial de Cooperação Internacional da Colômbia (APC-Colômbia), do lado colombiano.

Milioni destacou a importância do ato ao estabelecer linhas gerais e ações concretas que os dois países poderão empreender. Na avaliação do secretário, esse processo de sinergia na relação entre as duas partes é importante para o processo de desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação dos países.

"Nesse sentido o Brasil tem uma aproximação e tradição maior com outros países da América do Sul. Quem sabe, a partir de agora, conseguiremos incorporar a Colômbia nessa lista", ressaltou.

Cooperação

Os primeiros instrumentos reguladores da cooperação em ciência, tecnologia e inovação (CT&I) entre o Brasil e a Colômbia datam de 1981, como o Acordo Básico de Cooperação Científica e Tecnológica e o Acordo para Usos Pacíficos da Energia Nuclear.

De acordo com o chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do MCTI, Marcos Formiga, o encontro de hoje foi "importante pela definição de um plano de trabalho entre as partes".

"A Colômbia é nossa vizinha e um dos grandes parceiros comerciais do Brasil, com quem nós temos relações culturais, diplomáticas e políticas muito fortes", observou o chefe da Divisão de Ciência e Tecnologia do MRE, conselheiro Ademar Seabra, que considera importante essa relação bilateral pelos desafios que os dois países enfrentam na área de inovação.

Relações exteriores

Segundo Seabra, os colombianos têm interesse em conhecer o sistema institucional na área de ciência e tecnologia do Brasil, e por outro lado, seu país está caminhando para ser a segunda economia da América do Sul e a terceira latino-americana, além de ter boas relações internacionais.

"O Brasil também é muito desenvolvido em algumas áreas, como biocombustíveis, e sabemos que há uma capacidade de pesquisa na Colômbia, um potencial de aproveitamento da biomassa, de produção de biocombustíveis e de aprimoramento tecnológico nessa prática. É um caso clássico de cooperação", afirmou.

Nesta terça-feira (11), a delegação visitante se reúne com o ministro Clelio Campolina Diniz no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília.

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