Space Systems – À Lua e de volta à Terra com a Airbus

Cinquenta anos após o homem pousar na Lua, nosso vizinho celestial volta a se aproximar da Terra. A NASA, a Agência Espacial americana, está planejando levar astronautas ao satélite terrestre até 2024 como parte de suas missões Artemis.

Plantas da Airbus em Bremen e Friedrichshafen, na Alemanha, e em Toulouse, na França, são importantes locais para o aeroespaço global. Quando se trata de viagens espaciais com humanos e contribuição da Europa para a Estação Espacial International em especial, esses espaços são vitais. Eles têm um papel ativo na exploração espacial e em futuras missões lunares de diversas maneiras.

Espaçonave Orion

O programa Artemis é uma série de cinco missões, três das quais envolvem o uso de uma aeronave Orion, um veículo que tem um papel muito importante nos planos da NASA para viagens espaciais com humanos.

A força da espaçonave Orion foi feita em Bremen: o módulo de serviço Europeu, que foi desenvolvido e construído pela Airbus a pedido da Agência Espacial Europeia (ESA). O módulo de serviço fornece propulsão, energia e gera ar puro, além de regular a temperatura.

O primeiro módulo saiu da cidade cortada pelo Rio Weser e foi entregue à NASA em novembro de 2018. Um segundo módulo está em construção nas salas limpas da Airbus, com negociações atualmente em andamento para pedido adicionais. O primeiro voo Orion em 2020, que acontecerá na forma de um teste de voo sem piloto, levará a aeronave para muito além da Lua antes de retornar à Terra.

Oliver Juckenhöfe, Gerente da planta Airbus Bremen e Head of On-Orbit Services and Exploration (Diretor de Serviços em Orbita e Exploração) afirma:

“Quando olho para o céu durante a noite e vejo a Lua, muitas vezes penso em como é fascinante que, em breve, humanos poderão pisar em sua superfície e conduzir pesquisas. Estou muito orgulhoso que Bremen tenha um papel tão importante.

Graças ao Spacelab, ao laboratório Columbus e ao veículo espacial de carga ATV, a Airbus em Bremen adquiriu uma experiência sem precedentes em voos espaciais com humanos, algo reconhecido por todo o mundo. Por isso, estamos trabalhando com todos os principais parceiros espaciais como parte de uma rede internacional.

Graças ao nosso trabalho em tecnologia ATV, estamos qualificados para desenvolver e construir módulos de serviço para a nova aeronave Orion e a NASA concordou, pela primeira vez na história, em permitir que uma empresa não americana trabalhe em um módulo tão importante.”

Gateway – Porta de entrada

O programa Artemis da NASA prevê colocar uma estação espacial em uma órbita lunar elíptica, que poderá ser usada como uma base para pousos lunares no futuro e talvez até mesmo como um trampolim para voos para Marte.

O plano para o pouso lunar em 2024 inicialmente inclui apenas uma pequena base constituída por dois elementos: um módulo de propulsão e serviço e um pequeno habitat.

Depois, no escopo de futuras expansões, a ESA planeja fornecer um módulo residencial e de pesquisa, além de um módulo de infraestrutura. A Airbus recebeu um contrato de estudo da ESA para ambos os módulos e irá desenvolver um conceito para um módulo de habitação e de pesquisa em Bremen como parte do primeiro estudo (um habitat de aproximadamente 6,5 x 4,5 metros e cerca de 9 toneladas).

No segundo estudo, a Airbus irá desenvolver um conceito para um elemento de infraestrutura de reabastecimento, atracamento e telecomunicações, que também servirá de câmara de descompressão para equipamentos científicos (conhecida como ESPRIT, de aproximadamente 3 X 3 metros e pesando cerca de 4 toneladas).

Ambos os estudos serão desenvolvidos como parte de uma extensa parceria europeia. Um modelo em larga escada dos IHabs, os habitats internacionais, está atualmente em exibição na Airbus em Bremen. Ele foi produzido dentro da estrutura do estudo da ESA e é usado pelos engenheiros da Airbus para desenvolver e testar hardwares e softwares do habitat, além de sua ergonomia.

Oliver Juckenhöfel afirma:

“A experiência e o know-how que a ESA e a Airbus ganharam durante projetos importantes como o laboratório espacial Columbus, o veículo espacial de carga ATV e o módulo de serviço europeu para a Orion, oferecem fundações sólidas para os estudos.

Quando desenvolvemos as novas plataformas lunares, a exploração especial humana e a exploração robótica caminham de mãos dadas. A Europa tem uma história fantástica em ambos os tipos de viagem, e esses estudos ajudarão a garantir uma forte presença europeia no futuro da exploração espacial.”

Moon Cruiser

Missões lunares, incluindo o desenvolvimento do Gateway, serão tarefas complexas e desafiadoras para a comunidade internacional e irão exigir uma rede de abastecimento e missões logísticas bem planejadas.

O novo conceito Moon Cruiser da Airbus pode oferecer apoio de diversas maneiras tanto para o desenvolvimento do Gateway quanto para as missões lunares subsequentes.

Isso permitirá que o Moon Cruiser tenha um papel fundamental na logística do Gateway, transportando carga e combustível para reabastecimento para a órbita lunar e para o Gateway. O Moon Cruiser será compatível com o novo lançador Ariane 6, o que significa que também poderá transportar vários módulos, como o módulo europeu ESPRIT, para o Gateway.

Além disso, o Moon Cruiser também poderá ser usado para transferir um grande módulo lunar para a órbita lunar baixa, de onde módulos de pouso e decolagem poderão ser lançados para a superfície lunar.

Oliver Juckenhöfel afirma:

“O Moon Cruiser permitirá o avanço sistemático de desenvolvimentos tecnológicos alemães e europeus no que diz respeito a voo espacial com humanos. Em sua essência, o Moon Cruiser é uma evolução do Módulo de Serviço Europeu (ESM) Orion, que foi construído pela Airbus à pedido da ESA e oferece uma sinergia de produto importante, sendo desenvolvido a partir da experiência e do know-how adquiridos com veículo espacial de transporte ATV.”

ISRU: In-situ resource utilization

A ESA atualmente está preparando uma missão de superfície lunar para demonstrar as tecnologias necessárias para possibilitar a utilização de recursos no local (in-situ resource utilisation, ISRU) na Lua. O objetivo desta missão ISRU é demonstrar, até 2025, que a produção de água e oxigênio na Lua é factível.

A ESA selecionou uma equipe liderada pela Airbus Bremen – em parceria com a Astrobotic Technology, que tem base em Pittsburgh, nos Estados Unidos – para estudar a entrega de um pacote de carga paga para a Lua.

Envolvendo um módulo Astrobotic, o estudo é uma análise de missão em preparação para a primeira missão da Europa para demonstrar o ISRU na Lua em 2025. A missão também envolve estudar o quanto o regolito lunar – uma rocha lunar – pode ser usado para produzir componentes maiores usando impressora 3D na Lua ou em órbita lunar.

A Airbus em Bremen também está trabalhando em tecnologias para módulos de pouso e decolagem reutilizáveis como parte do programa HERACLES da ESA. Esses módulos permitirão que amostras lunares sejam transportadas para o Gateway.

Oliver Juckenhöfel afirma:

“O uso de recursos lunares é crucial para o futuro de missões lunares. A humanidade somente será capaz de adentrar mais no espaço se formos capazes de construir um sistema funcional que inclua a utilização eficaz e sustentável de recursos lunares.”

Estação Espacial Internacional (ISS)

A humanidade tem uma base na órbita baixa da Terra há 20 anos e agora a Europa tem um centro permanente de ciência em um ambiente com micro gravidade: o laboratório espacial Columbus, que foi construído pela Airbus em Bremen.

As nações que se aventuram no espaço provaram que, apesar dos desafios técnicos, elas são capazes de operar uma instalação em órbita – incluindo transportar astronautas, entregar suprimentos, combustível, água e experimentos de e para a Terra.

A contínua operação da ISS é um grande pré-requisito para o futuro da pesquisa lunar. Tecnologias importantes podem ser testadas em órbita terrestre baixa antes de serem enviadas para longas viagens para a Lua. Um inovador e eficiente sistema de suporte de vida, por exemplo, foi construído pela Airbus em Friedrichshafen e está sendo testado na ISS. O sistema é vital para permitir que astronautas embarquem em viagens longas para a Lua e além.

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