CLBI rastreia foguete lançado na Guiana Francesa

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado no Rio Grande do Norte, realizou a segunda atividade operacional de rastreamento do veículo Ariane neste ano. A ação ocorreu na madrugada da quarta-feira (09/03), quando o veículo foi lançado pela Estação Natal, às 2h30min (horário de Brasília), das plataformas do Centro Espacial Guianês, localizado em Kourou, na Guiana Francesa. O rastreamento remoto dos foguetes é resultado de um acordo internacional entre o Governo Brasileiro e a Agência Espacial Europeia (ESA).

O veículo Ariane VA229 transportou como carga útil embarcada o Satélite EUTELSAT 65 West, que vai prestar serviços de vídeo e banda larga aos mercados em expansão na América Latina. Com massa de 6,6 toneladas e vida útil de quinze anos, o satélite promoverá cobertura no Brasil, América Espanhola e algumas cidades da Costa do Pacífico e América Central. Guarnecida durante nove horas e, tendo cumprido todo processo de cronologia, incluindo o ensaio técnico, a Estação Natal concluiu com sucesso a missão.

O rastreamento é feito por meio de uma antena de telemedidas que envia os dados – como trajetória, temperatura e pressão, entre outros – para a estação brasileira. A unidade recebe as informações, que são transformadas em pacotes de dados, e as envia em tempo real para a Guiana Francesa. O processo serve para manter a segurança de voo do foguete, além do monitoramento de todo o trajeto do veículo.

"Com o rastreamento do foguete Ariane 5 durante a Operação VA229, completamos a marca de 217 participações na cooperação internacional, no âmbito do Acordo com a Agência Espacial Europeia. Para este ano, ainda teremeos mais cinco participações em rastreamentos dos foguetes Ariane 5, estando a próxima operação prevista para junho", explica a Chefe da Seção de Interface entre o CLBI e o Centro Espacial Guianês, engenheira Maria Goretti Dantas.

O CLBI realiza os processos de rastreamento, gravação, decomutação e entrega segura dos dados. A unidade da Força Aérea Brasileira compõe uma cadeia de rastreio – Galliot, na Guiana Francesa; Ascension, no Atlântico Sul; Libreville, no Gabão e Malindi, no Quênia – tornando-se imprescindível a participação operacional da Estação Natal, por ser a única estação rastreadora durante a fase propulsada do veículo.

Reestruturação é prioridade do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial

O Major-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Egito do Amaral assumiu nesta sexta-feira (11/03), interinamente, a direção-geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP). O oficial-general foi indicado à promoção para o posto de Tenente-Brigadeiro em dezembro do ano passado. Ele recebeu o cargo do Tenente-Brigadeiro do Ar Alvani Adão da Silva que assumiu, na quinta-feira (10/03), a Chefia de Assuntos Estratégicos do Ministério da Defesa. A solenidade foi presidida pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato.

“O DCTA tem a missão de desenvolver ciência, tecnologia e inovação com o foco no poder aeroespacial, ou seja, aumentar a capacidade operacional da Força Aérea. Tudo o que é desenvolvido aqui tem esse objetivo”, afirmou o novo diretor-geral.

Uma das prioridades da nova gestão é a reestruturação organizacional. “A reestruturação de processos e das Organizações vai permitir uma melhor eficácia administrativa e fazer com que os institutos, que realizam as pesquisas de campo, possam estar focados na sua missão”, detalhou.

Em seu discurso, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, afirmou que o cenário atual é de superação de obstáculos e de mudanças profundas na estrutura de nossa Força, as quais objetivam a otimização do uso dos recursos disponíveis, aliada ao aumento de nossa capacidade operacional.

"O legado deixado por personalidades como Alberto Santos Dumont e Casimiro Montenegro Filho nos impulsiona a perseverarmos na busca do contínuo aprimoramento do conhecimento científico tecnológico, para que possamos fortalecer nosso poder aeroespacial com vistas à manutenção da soberania dos interesses nacionais", destacou.

Balanço – Desde abril de 2014 à frente da unidade de tecnologia da Aeronáutica, o Tenente-Brigadeiro Alvani acompanhou o início das obras de infraestrutura para a ampliação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com a construção do prédio de ciências fundamentais. “O DCTA é a organização que está pensando o futuro da Força Aérea, antecipando demandas. Acredito que o avanço mais importante da instituição é a modernização do ensino de engenharia e a expansão do Instituto Tecnológico de Aeronáutica”, avaliou. 

O oficial-general também acompanhou a ampliação da infraestrutura do Centro de Lançamento de Alcântara, com a construção do prédio para abrigar propulsores, do prédio de segurança do setor de preparação e lançamento, além do novo posto médico. Sob sua gestão, iniciou a execução do contrato de desenvolvimento do Gripen NG e foi realizada a Operação Raposa, que contou com o lançamento do primeiro foguete nacional com motor movido a etanol e oxigênio líquido.

DCTA – O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) foi criado na década de 50 e engloba cinco institutos de pesquisa – Instituto de Tecnologia Aeroespacial (ITA), Instituto de Estudos Avançados (IEAV), Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Instituto de Fomento Industrial (IFI) e o Instituto de Pesquisa e Ensaios em Voo (IPEV). Além de dois centros de lançamento aeroespacial, um em Alcântara (CLA), no Maranhão; e outro na Barreira do Inferno (CLBI), no Rio Grande do Norte. Também está subordinada ao DCTA  a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), responsável pela condução de projetos de desenvolvimento, aquisição e modernização de equipamentos militares.

Novo diretor – O Major-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Egito do Amaral, 57 anos, é natural do Rio de Janeiro (RJ) e iniciou a carreira militar na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em março de 1974. Ao longo da carreira de piloto da aviação de caça, acumulou mais de 4,5 mil horas de voo.

Nos últimos dois anos, durante os grandes eventos que o Brasil sediou, esteve à frente do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA). Entre as demais funções mais recentes, chefiou o Estado-Maior do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR); foi Adido de Defesa e Aeronáutico junto à Embaixada do Brasil nos EUA e credenciado junto ao governo do Canadá; comandou a Terceira Força Aérea (FAE III) – unidade responsável pelo gerenciamento das unidades aéreas da aviação de caça e reconhecimento; também chefiou a 3ª Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER).

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