SGDCE – Concluida primeira etapa de transferência de tecnologia na França

Militares da Força Aérea Brasileira (FAB) concluíram na quinta-feira (19/06) em Cannes, na França, o curso avançado do programa de absorção de tecnologia do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDCE). Esta é a primeira etapa de preparação dos militares que devem operar o primeiro satélite de comunicações militares brasileiro.

Com lançamento previsto para 2016, o satélite atenderá às necessidades do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) e uma ampla área comunicações estratégicas nos âmbitos civil e militar.

De acordo com o chefe do Núcleo do Centro de Operações Espaciais Principal (NuCOPE-P), unidade da FAB que vai operar todos os satélites militares brasileiros, Tenente-Coronel Helcio Vieira Junior, o projeto vai mais que dobrar a capacidade de comunicação satelital nacional. “Vamos operar aqui do Brasil com domínio de comando e controle”, afirma.

Entre as novas capacidades, estão o aumento de cobertura das comunicações das Forças Armadas, principalmente em apoio ao Sistema de Monitoramento das Fronteiras Terrestres (SISFRON), ao Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SISGAAZ) e ao  Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA).

Ao longo de dez semanas de aulas, os militares participaram de instruções nos diversos sistemas que envolvem o planejamento, o projeto, a construção, a operação e a validação de Sistemas Espaciais, abordando tecnologias, sistemas e gerência de sistemas.

Além da operação de maneira eficaz, eficiente e segura, garantindo o sigilo das informações trafegadas pelo satélite, a preparação dos militares permite conhecimento para a especificação da constelação satelital para sensoreamento, previsto para 2018. “Estamos participando da construção e aprimorando conhecimento sobre satélites em geral pensando na próxima etapa do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais, o PESE”, explica.

Equipe multidisciplinar – Além dos futuros “pilotos satelitais”, participam da capacitação militares do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) e da Marinha do Brasil, além de representantes da Empresa Visiona e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, especificamente a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O programa de absorção de tecnologia tem o objetivo de construir competência nacional para promover a maior qualificação e inserção das empresas brasileiras no mercado de manufatura e serviços de satélites geoestacionários.

Para o curso de Engenharia Espacial do ITA, por exemplo, é uma oportunidade de atualização, com abertura de novas linhas de pesquisa com o objetivo de disseminar os conhecimentos na indústria espacial brasileira. Para o IFI, permitirá cursos de certificação e confiabilidade de produtos, colaborando com a capacitação do Instituto nas áreas de garantia do desempenho, da segurança e da disponibilidade de produtos e sistemas espaciais.

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