Guarda Suíça procura novos soldados

Hoje é o dia de um grupo de jovens suíços jurar fidelidade ao Papa no Vaticano. Porém a famosa Guarda Suíça tem cada vez mais dificuldades de encontrar novos talentos. O fim de uma tradição depois de cinco séculos? Roma foi saqueada em 6 de maio de 1527. Seis de maio é também o dia de prestação de juramento dos novos membros da Guarda Suíça no Vaticano.

Em 2019 são 23 novos soldados. Esse grupo de elite protege o chefe da Igreja Católica Apostólica Romana há meio milênio e foi fundado em 1506. Os séculos passaram e muita coisa mudou no Vaticano e na Suíça. Porém o papel da Guarda Suíça ainda é desconhecido por muitos.

O que é a Guarda Suíça?

Os guardas são conhecidos no mundo inteiro pelo seu papel cerimonial em recepções oficiais e visitas ao Vaticano. Nessas tarefas estão sempre vestidos com uniformes históricos e armados com espadas e alabardas. Porém nem tudo no uniforme é antiquado: os mais recentes capacetes foram produzidos com impressão 3D.

Nas últimas décadas a Guarda Suíça assumiu também funções de guarda-costas e trabalha em conjunto com a Polícia do Vaticano e os serviços de segurança italianos. Em algumas situações estão armados com pistolas e sprays de pimenta. Os soldados da Guarda Suíça também acompanham o Papa em suas viagens internacionais.

Ao discursar para os novos soldados, o Papa lhes conferiu um mandato de cuidado pastoral: eles devem consolar os inúmeros peregrinos que chegam no Vaticano desejosos de ver o chefe da Igreja Católica Apostólica Romana, mas que não sabem da impossibilidade do encontro.

Como se alistar?

A Cúria Romana determina uma série de exigências para o candidato à Guarda Suíça. Em primeiro lugar, ele deve ser suíço. Depois: ser do sexo masculino, católico, ter concluído o serviço militar obrigatório, o ensino médio e ter uma reputação impecável. O candidato também deve se disponibilizar a servir por 26 meses.


É difícil encontrar novos recrutas?

Sim. O fato é que: não é fácil para a Guarda Suíça encontrar hoje um número suficiente de jovens qualificados e dispostos a servir ao Papa por vários anos. Nos últimos anos o número de candidatos caiu de forma considerável.

A ex-ministra suíça Ruth Metzler-Arnold, presidente da Fundação da Guarda Suíça, declarou à televisão suíçaLink externo que existem várias razões para a dificuldade de recrutamento: além da boa situação econômica, que permite o pleno emprego, também há menos jovens nas últimas gerações.

Além de alimentação e alojamento, os recrutas recebem um salário mensal de 1500 euros, o que é considerado na Itália um salário elevado. Já na Suíça o valor está abaixo dos salários mínimos.

O que o Vaticano e a Suíça fazem para atrair novos candidatos?

Na Suíça algumas medidas foram tomadas para incentivar o recrutamento. Dentre elas, a fundação  oferece bolsas de estudos aos filhos dos soldados e programas de reinserção no mercado do trabalho para ex-soldados. Ela promete também financiar a metade do seguro privado de aposentadoria dos membros da Guarda Suíça.

"Outra medida muito importante foi tomada há três anos pelo Papa: permitir que os guardas se casassem após cinco anos de serviço, independentemente do seu grau militar", acrescentou Ruth Metzler-Arnold. No passado, apenas oficiais e soldados com muitos anos de serviço tinham autorização para se casar.

Hoje, o soldado interessado em se deve ter pelo menos 25 anos de idade e se comprometer a mais três anos de serviço.

Em 2024 a Guarda Suíça terá um novo quartel. Neles, os soldados terão quartos individuais. A Guarda Suíça lançou em 2018 uma campanha de recrutamento no canal YouTube[Link].

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