Marcha da Maconha – No Brasil e no Mundo

O oxi e o crack – DRAUZIO VARELLA

Três capitais realizam marcha em defesa da maconha

PEDRO LEAL FONSECA
DE SÃO PAULO

Com garantia judicial, o movimento "marcha da maconha" –que defende a legalização da droga– acontece neste sábado em três capitais: Belo Horizonte, Vitória e Rio de Janeiro.

Em duas cidades, a Justiça concedeu autorização prévia para a realização do ato.

No Rio, o juiz Alberto Fraga, do 4º Juizado Especial Criminal, concedeu habeas corpus preventivo, garantindo que os manifestantes não serão presos.

Já em Vitória, o Ministério Público acionou a Justiça, pedindo a proibição do movimento. Na ação, o promotor Marcos Antônio Rocha Pereira afirmou que a marcha consistiria em apologia ao crime. Ele também alegou que o movimento era influenciado pelo crime organizado.

Na noite da última sexta-feira (6), o juiz Marcelo Menezes Loureiro negou o pedido do Ministério Público e autorizou a realização da marcha, com a presença ostensiva de policiais.

A marcha acontecerá no campos da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).

Os participantes do movimento se mobilizam, sobretudo, pela internet. Além do site do grupo que organiza a marcha –onde há um fórum de discussões sobre o tema–, a hashtag #marchadamaconha é um dos tópicos mais comentados ("trending topics") no microblog Twitter na tarde deste sábado.

Argentinos e uruguaios aderem à Marcha da Maconha


Buenos Aires, 7 mai (EFE).- Centenas de defensores da descriminalização da maconha realizaram neste sábado passeatas pela causa nas ruas de Buenos Aires e de Montevidéu, em apoio ao movimento internacional Marcha da Maconha, que, segundo os organizadores, promoveu manifestações em 40 países, incluindo o Brasil.

Na Argentina, 23 grandes cidades aderiram ao movimento. Na capital, cerca de mil de manifestantes marcharam da Praça de Maio, em frente à Casa Rosada – sede do Governo -, até o Parlamento, reivindicando também um "plano nacional de atendimento aos usuários, universal e gratuito".

Mas a prioridade do movimento é a "derrogação imediata" das leis que proíbem a posse de drogas e o cultivo da maconha para "acabar com a criminalização, discriminação e maus-tratos contra os usuários", afirmou aos jornalistas o ativista Matías Faray, que ficou 15 dias detido por cultivar a planta de cannabis.

Faray acusou as prisões argentinas de estarem "lotadas" de viciados ou consumidores esporádicos, enquanto os traficantes "estão enriquecendo".

"Descriminalizar o consumo é combater o narcotráfico", declarou à Agência Efe a deputada Cecilia Merchán, que, junto a sua colega Victoria Donda, é autora de um dos projetos de lei que tramitam no Parlamento argentino desde o ano passado.

A parlamentar destacou que "há vários projetos" em discussão, mas ainda não se constatam avanços. "De todos os processos na Justiça referentes a drogas, apenas 3% envolvem traficantes", criticou.

"É preciso reverter essa relação. Prendem-se os consumidores ou viciados, em vez de aprofundar a luta contra as facções de traficantes", exclamou a deputada.

No Uruguai, os ativistas se concentraram no Parque Rodó, em Montevidéu, durante uma tarde de música e atividades centradas na reivindicação pela liberalização da maconha.

Os manifestantes uruguaios se mostraram satisfeitos com os últimos avanços sobre o tema no país, disse à Efe um dos porta-vozes da organização do movimento, Juan Vaz.

"Na realidade, acreditamos que seremos em breve o primeiro país latino-americano onde o cultivo da maconha será respaldado pela lei", afirmou Vaz, referindo-se às propostas que tramitam no Parlamento uruguaio para descriminalizar a droga.

"Nos sentimos como revolucionários que estão ganhando sua revolução. Estamos organizados e só reivindicamos mais garantias para o autoabastecimento de maconha. A verdade é que nossas exigências foram bem respondidas e o povo nos dá razão, a Justiça também e os deputados trabalham nisso", comemorou Vaz.

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