VANTs em segurança pública e defesa civil (Parte III, final)

Capitão Arlindo Bastos,
Polícia Militar da Bahia

São Paulo

Em 2011, a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), começou a empregar o VANT Tiriba, fabricado por uma empresa nacional e dotado de um motor elétrico, tal qual o Lanu III, e com desempenho semelhante. Também é lançado de forma manual. A corporação vem utilizando o Tiriba em ambiente rural, principalmente nas atividades de policiamento ambiental. Para tanto, a PMESP treinou um efetivo de 15 policiais com aulas em simuladores e práticas no Departamento de Engenharia Aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP–São Carlos). Naquele mesmo ano, foi efetuado um simulado de atendimento a um acidente rodoviário, no Rodoanel, onde houve a figuração de vazamento de um produto tóxico, com a participação de efetivos do Corpo de Bombeiros.

Rio Grande do Sul

A Brigada Militar do Rio Grande do Sul, começou a testar, em 2010, VANTs multirotores durante partidas de futebol, como ocorreu na Copa Libertadores da América daquele ano e no campeonato local. Também foi experimentado na EXPOINTER.

Santa Catarina

Durante a realização da 20ª Festa Nacional da Cebola, em 2011, no município de Ituporanga, a Policia Militar de Santa Catarina, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, testou com sucesso dois modelos de VANT de asas fixas, sendo um do tipo “asa voadora” e o outro com um design convencional.

Polícia Federal

O Departamento de Polícia Federal (DPF), opera dois VANTs que ficam em uma base localizada no município de São Miguel do Iguaçu, no Estado do Paraná. Essas aeronaves estão realizando, quando disponíveis, o monitoramento das fronteiras, notadamente no combate ao tráfico de drogas e ao contrabando. O DPF pretende utilizar os seus VANTs nos grandes eventos esportivos que virão por aí e, para tanto, pleiteia a aquisição de mais 12 aeronaves dessas.

Algumas medidas importantes

As iniciativas no campo dos VANTs no Brasil devem ser valorizadas pelas três esferas de governo, tendo, inclusive, a possibilidade de reforçar a Estratégia Nacional de Defesa. No quesito legislação, as autoridades aeronáuticas brasileiras estão sensíveis e abertas para, em conjunto com as policias brasileiras, apoiar dentro de suas esferas as operações de segurança pública e defesa civil, pois apesar das restrições de emprego sobre áreas povoadas, estas poderão ser revistas pelos orgãos regionais de controle do espaço aéreo, fato que já vem sendo aproveitado por diversas instituições militares estaduais.

Sobre a formação dos pilotos de VANTs, as Polícias Militares devem aproveitar a experiência do Exército Brasileiro e do Corpo de Fuzileiros Navais, onde os pilotos de seus mini VANTS, ou táticos (conforme divisão do EB), não necessitam ser oficiais; na maioria dos casos, são praças. Claro que todos deverão frequentar, em princípio, os mesmos cursos dos integrantes das Forças Singulares, com o intuito de se criar a devida doutrina policial-militar.

As autoridades de segurança pública estaduais poderiam criar grupos de trabalho para a troca de experiências com o Núcleo de Excelência em Desenvolvimento de Sistemas Embarcados para Veículos Aéreos Não Tripulados e Robôs Táticos Móveis, que visa apoiar a vigilância de nossas fronteiras, sem esquecer a indústria nacional, com o intuito de desenvolvermos sistemas não tripulados que possam atender as necessidades nacionais.

Leia também:

– VANTs em segurança pública e defesa civil (parte 1)
– VANTs em segurança pública e defesa civil (parte 2)

e ainda editorial DefesaNet

– O SISVANT Alguns Fatos

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