Avião da FAB caiu após combater traficantes na Amazônia

NELSON TOWNES
NoticiaRo.com

Um avião de caça da Força Aérea Brasileira (FAB), um turboélice A29 Super Tucano, um dos mais poderosos modelos de aeronaves de guerra da esquadrilha de helicópteros de combate e aviões de caça estacionada na Base Aérea de Porto Velho, caiu no final da tarde desta sexta-feira (25), a 300 metros do aeroporto civil desta Capital.

As causas do acidente ainda não foram explicadas. A imprensa foi proibida de se aproximar do caça e duas avenidas de acesso ao aeroporto eimediações foram interditadas. O Comando da Aeronáutica em Brasília publicou nota limitando-se a informar que o aparelho apresentou “problemas” e forçou o piloto, o 1º Tenente-Aviador Marcelino Aparecido Feitosa, a abandonar o equipamento em vôo, ejetando-se. Ele não sofreu ferimentos, mas foi hospitalizado para observação.

Como ele caiu sobre uma árvore, não foi localizado de imediato (só a Torre de Controle do aeroporto sabia, avisada pelo militar por seu rádio portátil.)

O secretário da Segurança Pública de Rondônia, Marcelo Bessa, esteve pessoalmente comandando os serviços de busca ao piloto ao lado de oficiais do Corpo de Bombeiros e da Aeronáutica

NoticiaRo.com, por sua vez, soube que o avião vinha de Cruzeiro do Sul, no Acre, e isso causa a suposição, ainda não confirmada oficialmente (e é mais provável que a FAB, como de costume, negue) que o avião estivesse retornando de uma missão de combate a narcotraficantes e possa ter sido avariado ao enfrentar algum avião estrangeiro também armado.(Ver nota DefesaNet)

A avaria talvez tenha fragilizado o avião ao chegar a Porto Velho sob forte chuva. A FAB, que jamais confirmou os combates que ocorrem na fronteira noroeste do Brasil contra aviões do narcotráfico procedentes do Peru, da Colômbia e da Bolívia, não permitiria que os repórteres vissem marcas de balas nos aviões.

Cruzeiro do Sul, de onde vinha o A29 Super Tucano, está localizada no Vale do Juruá – rota internacional do narcotráfico. O que fazia um caça da FAB na região onde tráfico de drogas evoluiu ao ponto de dificultar as ações policiais?

Em Cruzeiro do Sul, fronteira com o Peru, distante cerca de 780 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre, a policia vem tendo dificuldade para desmantelar a rede de narcotráfico internacional – dizem fontes dessa cidade.

Um morador disse que “as operações são lentas e demoradas, mas quando as quadrilhas são localizadas descobre-se que o poder e a influência dos traficantes vão além da força policial e judiciária.”

Localizada na regional do Juruá, Cruzeiro do Sul limita-se ao norte com o Estado do Amazonas; ao sul com o município de Porto Walter; ao leste com o município de Tarauacá e à oeste com os municípios de Mâncio Lima, Rodrigues Alves e com a República do Peru.

"A aeronave caiu por volta das 17h30 e causou grande barulho em toda a região. O piloto que comandava a aeronave conseguiu ejetar-se antes da queda. Ele caiu em uma árvore e foi resgatado por militares em um helicóptero" – relata o site Rondoniagora.

A primeira providência da Infraero foi bloquear o acesso da imprensa, que não podia se deslocar a nenhum lugar a partir da Avenida Lauro Sodré ou mesmo pela Jorge Teixeira. Essas duas vias foram interditadas completamente e o aeroporto fechado até às 18h45.

Às 20h02 (hora de Brasília, GMT -3), o site da FAB publicou, como seu principal destaque a seguinte Nota Oficial:

“Acidente com avião da FAB"

“O Comando da Aeronáutica informa que nesta sexta-feira (25 FEV), por volta das 19h (horário de Brasília), uma aeronave de caça da Força Aérea Brasileira (FAB), modelo A-29 (Super Tucano), apresentou problemas obrigando o piloto a usar o mecanismo de ejeção para abandonar o equipamento. A aeronave caiu próximo à pista de pouso do aeroporto de Porto Velho (RO).

“O 1º Tenente-Aviador Marcelino Aparecido Feitosa foi resgatado por um helicóptero H-60 (Black Hawk) da FAB e encaminhado ao Hospital da Guarnição do Exército em Porto Velho, onde permanece em observação. No momento do resgate, o militar estava consciente.

“A Aeronáutica iniciou as investigações para apurar os possíveis fatores que contribuíram para o acidente.

“Brasília, 25 de fevereiro de 2011.

“Marcelo Kanitz Damasceno – Coronel Aviador
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica.”

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DefesaNet

Os pilotos operando na Amazônia têm o cuidado de não voarem a uma altura em que possam ser atingidos por armas dos narcotraficantes.

Como bem informou o texto do jornalista Nelson Townes a FAB tem impedido de os jornalistas se aproximarem dos Super Tucanos, quando pousam, para não identificarem possíveis marcas de tiros nos aviões.

Armas com munição especial calibre 7,62mm (FAL) podem ter um "tiro feliz" e acertar algum ponto crítico do avião. Observar que toda a área ao redor do piloto é blindada, e deve resistir a um tiro de .50, mas a maioria das partes mecânicas não o são.

Uma rota comum, ou que seja familiar ao narcotraficante, ou durante uma operação continuada da FAB pode dar a oportunidade de uma emboscada. Como ocorreu ao helicóptero do GAM, no Rio de Janeiro, em 2008, que recebeu tiros de mais de 30 armas ao mesmo tempo.

Uma das justificativas da aquisição dos Mi-35 (chamado de AH-2 Sabre na FAB) foi justamente e necessidade de um helicóptero que resistisse ao impacto de munição 7,62 e até .50. Link

Leia a excepcional entrevista de 2003 com os Brigadeiros Bueno, Sandin e José Carlos Pereira. Link

A maior proteção do A29 Super Tucano é o silêncio de seu vôo.


Retirada de peças do avião modelo A-29

Fonte/Fotos: Rondonia ao vivo

No início da tarde deste domingo (27) integrantes da Força Aéra Brasileira, soldados e técnicos, começaram a retirada de peças do avião modelo A-29 (Super Tucano) que caiu próximo a cabeceira da pista de pouso do Aeroporto Internacional Gov. Jorge Teixeira na última sexta-feira (25).

Peças pequenas e partes da fuselagem da aeronave estão sendo retiradas da selva e carregadas por soldados até um caminhão sob forte esquema de segurança feita pela Aeronáutica, inclusive tentando inibir o trabalho da imprensa que se encontrava no local para registrar o que acontecia.

A Aeronáutica também usou um helicóptero H-60 (Black Hawk) para a retirada da carcaça da fuselagem da aeronave caída. Nesta segunda-feira (28), após a retirada completa do Super Tucano do local e dando início assim as investigações sobre o acidente.

O sinistro ocorrido no final da tarde da última sexta-feira foi a poucos metros da pista de pouso e no momento de pânico o piloto da aeronave, 1º Tenente-Aviador Marcelino Aparecido Feitosa, conseguiu utilizar o mecanismo de ejeção e abandonou o avião antes da queda. O piloto foi resgatado no mesmo dia e está em observação no Hospital da Guarnição do Exército, em Porto Velho.

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