Gilberto Carvalho – Culpa da violência da PM é da Ditadura


Nota DefesaNet – O ministro-chefe  Gilberto Carvalho tem se reunido nas cidades sedes com membros dos movimentos irregulares dentro do que é chamado Dialogos Governo-Sociedade Civil – Copa 2014. Já ocorreram reuniões em São Paulo e Porto Alegre.

No texto abaixo a reunião no rio de Janeiro.

O editor 

Vinicius Konchinski


O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, admitiu na segunda-feira (28ABR14), em evento com movimentos sociais no Rio de Janeiro, que as polícias militares dos Estados que enfrentaram manifestações durante a Copa das Confederações, em junho do ano passado, cometeram excessos ao reprimir as marchas e atos cometidos pelas pessoas que foram às ruas protestar contra a corrupção e a favor de investimentos em saúde, transporte e educação. Muitas das manifestações terminaram em atos de vandalismo e depredação de prédios públicos e agências bancárias.

"A verdade é que não tínhamos uma polícia historicamente treinada para este tipo de manifestação (como as passeatas ocorridas em junho do ano passado). Essa formação é da época da Ditadura", disse Carvalho, referindo-se ao regime militar que vigorou no país de 1964 a 1990.

De acordo com ele, os excessos das polícias militares não voltarão a ocorrer neste ano, durante a Copa do Mundo, porque os governos estaduais dos 12 Estados-sede vêm se reunindo com o governo federal e está sendo traçada uma estratégia comum de atuação, com outro tipo de capacitação e orientação das forças de segurança que irão atuar durante a Copa. A sincronia tem sido muito boa", disse. 

Durante o evento, Carvalho enfrentou manifestações por parte de alguns dos manifestantes, que puxaram o coro de "Não Vai Ter Copa" por duas vezes, além de terem erguido faixa com este frase estampada na parede atrás de onde estava o ministro.

Apesar disso, Carvalho não criticou as manifestações. "Tomara que aconteçam as manifestações. Eu torço para elas aconteceram, para que o mundo veja a democracia que é o Brasil. Mas sem violência. Aqueles que quiserem fazer violência serão tão poucos que a própria população vai os reprimir", disse Gilberto Carvalho. 

O político ministrou uma palestra em que tentou mostrar os benefícios para a população da realização da Copa do Mundo no país. Trata-se de uma tentativa do governo federal para amenizar as criticas que a organização do Mundial tem recebido pelos gastos com obras e compras para organizar o evento.

Os inúmeros protestos que aconteceram durante a Copa das Confederações, e que tiveram como alvo os gastos com reformas e construções de estádios, no ano passado assustaram a FIFA, que teme uma nova onda de manifestações entre os dias 12 de junho e 13 de julho detse ano, quando acontece a Copa do Mundo. 

Na semana passada, Gilberto Carvalho também se reuniu com representantes de movimentos sociais em São Paulo e enfrentou o mesmo tipo de protestos. Desta vez, no Rio de Janeiro, Carvalho também mencionou a questão das desapropriações, tema que tem estado na ordem do dia no Rio de Janeiro. O ministro reconheceu que algumas remoções estão sendo feitas, mas disse que é preciso reconhecer também que o Brasil tem problemas que precisam ser enfrentados independentemente da Copa, como "esgotos a céu aberto e falta de infraestrutura".

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