China nega omissão de dados sobre surto de Covid-19

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse nesta sexta-feira que nunca houve um acobertamento do surto do novo coronavírus no país, reiterando que o governo não permite qualquer omissão.

Zhao disse a repórteres em uma coletiva de imprensa diária que a revisão do número de casos em Wuhan, onde a epidemia surgiu no final de 2019, foi resultado de uma verificação estatística para garantir a precisão, acrescentando que essa revisão é uma prática internacional comum.

Uma autoridade de saúde de Wuhan revisou em 50% o número de mortes acumuladas pela Covid-19, que subiram para 3.869, retificando o que chamou de relatórios incorretos, atrasos e omissões.

Algumas pessoas, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, questionaram abertamente a precisão de dados divulgados pela China em relação à escala da epidemia no país asiático.

Citando lapsos iniciais, China relata 1.300 mortes de vírus não computadas em Wuhan

Quase 1.300 pessoas que morreram de coronavírus na cidade chinesa de Wuhan, ou metade do total, não foram incluídas na contagem de mortes por causa de lapsos, disse a mídia estatal nesta sexta-feira, mas Pequim refutou acusações de acobertamento.

A cidade central em que o surto emergiu no final do ano passado acrescentou mais 1.290 fatalidades às 2.579 contadas anteriormente até quinta-feira, refletindo relatos incorretos, atrasos e omissões, de acordo com a força-tarefa do governo local encarregada de controlar o coronavírus.

Reagindo às mortes adicionais em Wuhan, a China revisou seu número nacional de mortes mais tarde nesta sexta-feira para 4.632.

A revisão ocorre depois da especulação generalizada de que o número de mortes em Wuhan é consideravelmente maior do que o relatado.

Os rumores sobre mais vítimas foram atiçados por imagens de longas filas de familiares esperando para receber as cinzas de parentes cremados e relatos de milhares de urnas armazenadas em uma funerária esperando para serem preenchidas.

“No estágio inicial, devido à capacidade hospitalar limitada e à falta de pessoal médico, algumas instituições médicas não se conectaram a sistemas locais de controle e prevenção de doenças de forma oportuna, o que resultou no atraso do relato de casos confirmados e em algumas falhas na contagem precisa dos pacientes”, disse uma autoridade não identificada de Wuhan, segundo citações da mídia oficial.

A suspeita de que a China não tem sido transparente a respeito do surto aumentou nos últimos dias à medida que o número de mortes crescia em muitos países, incluindo os Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, expressou na quarta-feira seu ceticismo a respeito da cifra chinesa anteriormente declarada de cerca de 3 mil óbitos.

“Será que vocês realmente acreditam nestes números neste país vasto chamado China, e que eles têm um certo número de casos e um certo número de mortes; alguém realmente acredita nisso?”, questionou ele.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, disse nesta sexta-feira que, embora possa ter havido falhas na coleta de dados durante o surto, a China tem “uma responsabilidade com a história, com o povo e com os falecidos” de garantir números precisos.

Algumas autoridades de Wuhan admitiram que pessoas podem ter morrido sem ser contadas nos primeiros dias caóticos do surto, antes de os exames se tornarem amplamente disponíveis.

China diz que OMS negou ter evidência de que coronavírus foi feito em laboratório

O Ministério das Relações Exteriores da China disse nesta quinta-feira que a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse não ter provas de que coronavírus, que já infectou mais de 2 milhões de pessoas no mundo, foi feito em um laboratório. O porta-voz da chancelaria, Zhao Lijian, fez o comentário em resposta a uma pergunta sobre acusações de que o coronavírus teve origem em um laboratório da cidade chinesa central de Wuhan, onde a epidemia surgiu no final de 2019.

Zhao disse aos repórteres durante um briefing diário em Pequim que as autoridades da OMS “disseram diversas vezes que não há prova de que o novo coronavírus foi criado em um laboratório”.

O presidente norte-americano, Donald Trump, disse na quarta-feira que seu governo está tentando determinar se o coronavírus saiu de um laboratório de Wuhan, na China, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, disse que Pequim “precisa abrir o jogo” a respeito do que sabe.

Zhao não abordou diretamente os comentários de Trump.

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